São Paulo, domingo, 16 de março de 1997 |
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Mulheres enfrentam lama e buracos durante prova ALINE SORDILI ALINE SORDILI; NOELLY RUSSO
NOELLY RUSSO Lama, mosquitos, atoleiros. Esse não é -definitivamente- o cenário ideal para uma mulher, desde que ela não seja jipeira. As que participaram do 9º Raid do Batom, no último dia 8, não se incomodaram com o percurso -só com o fato de parte da prova ter sido cancelada por causa do capotamento de três carros. A prova foi dividida em duas categorias: feminina e mista. Nessa última, o navegador e/ou o "zequinha" (veja quadro com vocabulário abaixo) podiam ser homens. Dos 68 carros inscritos, apenas 16 eram só de mulheres. Helena Deyama, piloto, e Katia Torvidelli, navegadora, foram as vencedoras da categoria feminina. Elas já têm experiência em provas. Helena pilota há um ano e venceu um Rally da Primavera. As duas participantes, que não contaram com ajuda do zequinha, dirigiam o carro 2, um Engesa. No final da prova -antes de saber que era a vencedora-, Helena reclamava por ter passado um minuto atrasada em um dos pontos de controle. Apesar de ter participado de cinco provas, o carro 6 de Mônica Cantarero não pontuou. Com o hodômetro quebrado, as mulheres do Jeep Willys ano 51 completaram a prova sem poder calcular as distâncias, mas com as roupas imitando Exército intactas. Jipe mais enfeitado A prova também dá prêmio para o jipe mais enfeitado. O carro número 60 foi o único vencedor na categoria. Anna Claudia Lima Santos, piloto, e Fabio Esteves, navegador, enfrentaram toda a prova em um Land Rover enfeitado de pelúcia cor-de-rosa. A intenção da participante era imitar a Pantera Cor-de-Rosa, mas a decoração não durou muito tempo. Eles tiveram de retirar a plumagem, que estava entrando no ar e prejudicando a respiração dos participantes. Categoria mista Edilene Rodrigues Andreo (piloto) e Eduardo Conetti (navegador), do carro 28, venceram na categoria mista. Esse foi o terceiro Raid do Batom que ela participa. A modelo Valéria Zoppello participava de seu segundo raid. Com o seu namorado, Henrique Bauer (navegador), e a amiga Karin Weyler ("zequinha"), Valeria pilotava um Suzuki Vitara, carro 23, mas não chegou a pontuar. A maior reclamação recaia sobre os carros que não participavam da prova, mas que seguiam a trilha. "Os piratas atrapalharam toda a prova. Tivemos de parar para desatolar outros participantes. Nem acabamos o percurso", reclamava Glaucia Cecotto Dotti, ex-jipeira e "zequinha" do carro 11. Alguns homens reclamavam da dificuldade da trilha. "Falaram que era fácil porque era para mulheres. A prova estava muito difícil", afirma Luiz Gustavo Volpi, presidente do Jeep Club de Ribeirão Pires. O carro da Folha foi um dos que completou todo o percurso do Raid do Batom, com um Suzuki Samurai 95. A reportagem não participou da prova para pontuar e foi acompanhada por Benê Andreo, da equipe organizadora da prova e marido da vencedora da categoria mista. Para saber sobre as próximas provas - Jeep Club do Brasil: (011) 277-5082. Texto Anterior: Carro mostra personalidade do dono Próximo Texto: O dialeto dos jipeiros Índice |
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