São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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Fúria

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Collor ressurgiu com "fúria", dizia ontem a Globo, repetidamente, pela programação.
Foi aparecer e crescer o escândalo dos precatórios para renascerem os demais. A televisão está ávida de espetáculo, de "fúria", gente batendo na mesa em pleno Jornal Nacional.
A cada nova atração descoberta, o início de uma novela.
No mesmo Jornal Nacional, prosseguia ontem o caso Collor, em novo e emocionante capítulo. A descoberta de que "o ex-presidente está, sim, sendo cobrado por sonegação fiscal", o que ele afirmou ser "perseguição" de FHC.
Antes, no Jornal da Globo, o porta-voz Sergio Amaral já aparecia para dizer que o governo não vai responder às acusações. O que o secretário da Receita, de fato, se recusou a fazer, em entrevista na CBN, também da Globo.
E a novela, ou melhor, no dizer de Lillian Witte Fibe, ontem, "o inquérito parece estar longe do fim".
*
Enquanto Collor, acuado pela Receita, rompe furioso na televisão, outros espetáculos se perdem na ausência dos personagens.
Paulo Maluf, que desapareceu para a Europa quando o escândalo dos precatórios ameaçou bater em seu ex-secretário Celso Pitta, quase um primeiro-ministro, como se dizia na campanha eleitoral, calou.
A CBN correu atrás do prefeito a quarta-feira inteira, pelo telefone, e chegou ao fim do dia reclamando que toda hora ele estava almoçando, passeando, sem jamais responder aos pedidos de entrevista. Do âncora:
- Paulo Maluf, definitivamente, não quer falar.
*
Quem precisa de novas atrações é a TV Senado. Mais uma acareação com Wagner Batista Ramos, como ontem, vai tornando cansativa a programação.

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