São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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Intermediário teve lucro de R$ 15,692 mi

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Intermediários que atuaram em operações com o Bradesco também lucraram pelo menos R$ 15,692 milhões em uma outra operação com o Banestado, segundo rastreamento parcial dos títulos de Pernambuco feito ontem pelos técnicos da CPI dos Precatórios.
A exemplo do que ocorreu na operação do Bradesco, as compras de títulos ocorreram todas no mesmo dia, segundo rastreamento sob a responsabilidade da senadora Emília Fernandes (PTB-RS).
Foram duas operações em 1995. Na primeira, em 19 de junho, estavam envolvidos 35 mil títulos de Pernambuco. Antes de chegar ao Banestado, os papéis foram comprados e revendidos cinco vezes. Passaram pelo Vetor, Olímpia, IBF Factoring, Ativação, Factorial e Banestado.
No meio do caminho, deixaram lucro de R$ 2,208 milhões com o Vetor e outros R$ 5,203 milhões com a IBF Factoring. Essa é outra coincidência com as operações envolvendo o Bradesco: nela, a IBF também concentrou a maior parte dos lucros. A IBF se assume como uma "laranja" da Split.
Outra operação do Banestado ocorreu em 25 de junho, movimentando 25 mil títulos. O Vetor repassou os papéis para a Astra, lucrando R$ 1,580 milhão. Depois, os títulos passaram pela Olímpia, Valor, Split e IBF.
Novamente, a IBF foi a que lucrou mais, ficando com R$ 6.701 milhões. Depois os papéis seguiram o mesmo caminho da operação do dia 19 de junho: Ativação, Factorial e Banestado.
Na operação do Bradesco, atuaram o Vetor, Valor, Olímpia, IBF Factoring, Split, Astra e Paper.
Esse novo rastreamento reforça as suspeitas da CPI contra os administradores do Banestado.
Os senadores já identificaram duas contas mantidas em agência do Citibank nos EUA por ex-funcionários do Banestado, que foram afastados dos cargos.
Segundo levantamento da CPI, José Edson Souza teria uma conta com R$ 1,528 milhão. Luiz Antônio Lima teria R$ 1,698 milhão.
A CPI começou no início da noite de ontem reunião secreta para examinar proposta de investigação sobre os senadores que relataram os projetos de emissão de títulos, que poderiam ter o sigilo bancário quebrado.

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