São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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CPI investiga ligação com campanhas

DANIEL BRAMATTI
ALEX RIBEIRO

DANIEL BRAMATTI; ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Precatórios começou a investigar o que considera os primeiros indícios de ligações entre o esquema dos títulos públicos e o financiamento de campanhas políticas.
A CPI determinou ontem à Polícia Federal que tome depoimento do empresário Roberto Viana, que ocupou duas secretarias na gestão do ex-governador de Pernambuco Joaquim Francisco, sobre suas ligações com o Banco Vetor e autoridades nos Estados.
Na última eleição, Viana coordenou as campanhas eleitorais dos governadores Tasso Jereissati, do Ceará, e Roseana Sarney, do Maranhão.
No ano passado, depois da emissão de títulos coordenada pelo Vetor em Pernambuco, o empresário teria tentado "vender" uma operação semelhante para o governo maranhense.
O empresário Ronaldo Ganon, um dos sócios do Vetor, respondeu com um "pode ser" quando perguntado pelo senador Esperidião Amin (PPB-SC) sobre a atuação de Viana como contato entre o banco e o Maranhão.
A empresa de consultoria de Viana, chamada Polo, está instalada ao lado do escritório da corretora Perfil, em Recife, segundo o deputado estadual Paulo Rubens (PT).
A Perfil foi usada como empresa de fachada pelo ex-coordenador da Dívida Pública da Prefeitura de São Paulo Wagner Ramos, que assessorou o Vetor nas operações de Pernambuco e Santa Catarina.
Viana tem ligações familiares com o secretário da Fazenda de Pernambuco, Eduardo Campos, que fechou o contrato com o Vetor para a emissão dos títulos.
O empresário é casado com Malu Viana, irmã de Vanja Campos, que é tia de Eduardo Campos e assessora do governador Miguel Arraes, segundo Rubens.
Viana não foi localizado ontem em sua empresa. A Folha também ligou para a assessoria de Eduardo Campos e pediu um contato com o secretário. A assessoria respondeu que Campos estava em uma reunião e que Roberto Viana nada teve a ver com as emissões de títulos de Pernambuco.

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