São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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Covas quer carro a álcool fora do rodízio

RAQUEL ULHÔA; FABIO SCHIVARTCHE; ROGERIO SCHLEGEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Mário Covas, disse ontem que quer excluir os carros a álcool do rodízio antipoluição de inverno na Grande São Paulo.
No ano passado, o rodízio de veículos foi feito só no mês de agosto e incluiu todos os carros particulares, sem levar em conta o combustível. As propostas já apresentadas à Assembléia não prevêem a exclusão dos veículos a álcool.
A sugestão de retirá-los do rodízio foi feita pelo ex-prefeito de Piracicaba Antonio Carlos Mendes Thame, durante encontro promovido pela Frente Parlamentar Sucroalcooleira, ontem, em Brasília.
"É uma forma de estimular o uso do carro a álcool. Hoje, o que vai acontecer com o Programa Nacional do Álcool é um grande problema", afirmou o governador.
"Vamos acatar a sugestão, mas temos de ver a forma legal", disse. Para Covas, a idéia é boa, porque o objetivo principal do rodízio é reduzir a poluição, e os carros a álcool seriam pouco poluentes.
Mas o próprio secretário do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, que diz apoiar a idéia de estimular o uso do carro a álcool, afirmou ontem que a medida não reduziria a poluição no rodízio deste ano.
Os motivos para isso, diz o secretário, são o tamanho da frota a álcool e a dificuldade em fiscalizar.
'Já estávamos estudando essa proposta, mas ainda não tínhamos fechado posição", disse Feldmann, que estava até ontem acompanhando a Rio+5 e foi informado do anúncio pela imprensa.
Projeto pronto
O projeto do Executivo para o rodízio deste ano já estava pronto para ser encaminhado à Assembléia, mas deverá ser alterado, para que os carros a álcool sejam excluídos -"se for viável", ressaltou o governador.
Feldmann não confirmou se há viabilidade técnica de incluir a proposta para o rodízio deste ano.
O maior problema, segundo o próprio governador, é como a fiscalização poderá distinguir o carro a álcool dos demais. "Não dá para parar o carro e perguntar qual é seu combustível", disse.
Uma alternativa, segundo ele, poderia ser a distribuição de selos para identificar o carro a álcool.
O projeto que já estava pronto excluía do rodízio as ambulâncias, os carros do Corpo de Bombeiros e da polícia, os veículos de transporte escolar, os ônibus coletivos e outros de serviços essenciais.
Os caminhões, cuja exclusão provocou polêmica na operação do ano passado, também serão proibidos de circular, segundo a atual minuta do projeto do Executivo.
(RAQUEL ULHÔA, FABIO SCHIVARTCHE e ROGERIO SCHLEGEL)

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