São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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Polícia investiga funcionários

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia e o Sindisan (sindicato das transportadoras) suspeitam que funcionários que trabalham dentro do porto de Santos e dos terminais de cargas são informantes das quadrilhas de piratas.
"Com certeza há envolvimento de pessoas que têm conhecimento do teor do contêiner, mas não sabemos ainda quem são", afirmou o delegado Alexandre Aranha.
A certeza é baseada no fato de as quadrilhas saberem, com antecedência, o que está dentro do contêiner que será roubado. Todos os contêineres são lacrados. Eles só são abertos quando a mercadoria chega ao seu destino final.
A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), que administra o porto de Santos, informou que está disposta a colaborar com as investigações da polícia.
Para o Sindisan, as suspeitas são maiores. Segundo a entidade, há quadrilhas atuando dentro dos chamados TRAs (Terminais Retroportuários Alfandegados), uma espécie de extensão da alfândega, ou do próprio Tecon. Existem sete TRA na Baixada Santista.
Segundo o sindicato, na primeira quinzena de janeiro foram roubados cinco caminhões, três deles tinham acabado de sair de um desses TRAs.
Pelo raciocínio das empresas transportadoras, uma ponta das quadrilhas trabalha dentro dos terminais. Seriam pessoas que têm acesso à documentação e ao valor da mercadoria. Só dessa maneira o piratas saberiam o que tem dentro do contêiner com antecedência.

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