São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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Estudante é preso envolvido em sequestro

FERNANDA DA ESCÓSSIA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Policiais da DAS (Divisão Anti-Sequestro) libertaram ontem o comerciante Roberto de Lima Santana, 37, sequestrado na sexta-feira passada. Entre os sequestradores, estava o estudante de direito Antônio Marcos da Costa, 25.
Na invasão do cativeiro, localizado numa casa em construção em Água Santa (zona norte), os cinco sequestradores atiraram contra os policiais, que chegaram a ficar encurralados num beco.
No tiroteio, dois policiais saíram feridos e dois sequestradores morreram. Outros dois fugiram e o universitário Antônio Marcos da Costa foi preso. Outro sequestrador, Flávio Henrique da Silva, já havia sido preso anteontem.
Através do depoimento dele e do rastreamento dos telefonemas para a família do comerciante, feitos de um orelhão, os policiais da DAS identificaram o cativeiro e os demais envolvidos no sequestro. Houve um pedido de resgate no valor de R$ 200 mil, que não chegou a ser pago.
Os dois sequestradores presos afirmaram em depoimento que tinham intenção de apenas levar o carro de Roberto Santana. Resolveram sequestrá-lo quando descobriram que ele era comerciante.
O estudante, que é também dono de uma lanchonete, cursa o sétimo período de direito na Universidade Gama Filho, em Piedade (zona norte). Ele se recusou a dar entrevista e disse que, embora preso em flagrante, não tinha envolvimento com o sequestro.
Os sequestradores Carlos Alberto Santos, 31, e outro identificado como Jorge Bicudo morreram no tiroteio. O detetive Eduardo Rasles foi baleado na perna esquerda, e o detetive Écio Correia levou três tiros no abdômen. Os dois foram socorridos no hospital Salgado Filho, no Méier (zona norte).
O comerciante Roberto de Lima Santana é dono de uma loja de equipamentos de combate a incêndio. Ele foi sequestrado no caminho de casa por seis homens. No cativeiro, era mantido algemado a um basculante. Estava vendado e sujo.
Ao ser libertado, ele prestou depoimento e reconheceu o estudante entre os dois homens que o renderam. A Folha tentou ouvir o comerciante, mas sua secretária, Nadja Regina, informou que ele não daria declarações.
Sequestros em andamento
A polícia confirma que há dois sequestros em andamento, mas há indícios de pelo menos seis. É comum que as famílias não dêem informações à polícia, preocupadas com a segurança da vítima.
Estão confirmados os sequestros do presidente da Associação Cristã de Moços, José Maria de Souza Melo, e do professor Joaquim de Oliveira. A família de Melo pediu que a polícia se afastasse do caso.

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