São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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Perfil de criminoso muda, diz Luz

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O envolvimento de um universitário no sequestro solucionado ontem pode indicar uma mudança no perfil sócio-econômico dos envolvidos em atividades criminosas, com a participação cada vez maior de pessoas oriundas da classe média e da classe média baixa.
A avaliação é do chefe de Polícia Civil do Rio, delegado Hélio Luz. Segundo ele, as causas desta mudança são especialmente o empobrecimento da classe média e o seu maior envolvimento com o tráfico de drogas.
Não há estatísticas sobre o envolvimento da classe média no crime. Segundo o delegado, a polícia já inclui hoje em suas investigações núcleos típicos da classe média, como universidades e pequenos estabelecimentos comerciais.
"Esta foi uma novidade em alguns crimes que investigamos este ano. Pode haver desde uso de drogas ou receptação de material roubado até um caso desses, a execução de um sequestro", afirmou Luz.
Segundo o chefe de Polícia Civil, são também de classe média os acusados presos pela morte da psicóloga Marize Barbosa. Ela levou três tiros quando tentou reagir a um assalto na semana passada.
Na semana passada, três adolescentes, um deles filho de um mecânico, assaltaram um banco em Copacabana. Dois foram presos. Levados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, disseram que vestiram as melhores roupas para o assalto e perguntaram se iriam aparecer na televisão.

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