São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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Equipe especial combate roubo a contêiner

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil da Baixada Santista criou há cerca de dez dias uma equipe especializada no combate às quadrilhas que roubam contêineres, os chamados piratas.
"Sentimos que estava havendo um grande número de roubos de uns tempos para cá", afirmou Geraldo Camargo, delegado regional da Baixada Santista.
Segundo ele, a criação da equipe de caça-piratas foi uma determinação do delegado-geral de polícia do Estado de São Paulo, Antônio Carlos de Castro Machado.
No entanto a polícia não tem dados precisos de quantos roubos acontecem. "Nunca fizemos estatísticas com relação a isso, mas percebemos que cresceu muito", declarou Camargo.
Os caça-piratas são comandados pelo delegado Alexandre Galante Alencar Aranha. A equipe é composta por cinco investigadores. "O roubo de contêineres era frequente, mas aumentou muito e ficou sem controle", disse Aranha.
O maior deles na semana passada, envolvendo um carregamento de 600 aparelhos de som da marca Aiwa, que foi roubado no dia 22 de fevereiro.
A polícia conseguiu recuperar metade da carga e indiciou três suspeitos de participar do roubo. A carga pertencia a um importador paraguaio, a Panasonic Audio Center, de Ciudad del Este.
Segundo Aranha, a maioria dos casos acontece com a participação dos caminhoneiros, que são seduzidos pelas quadrilhas a participar do roubo (veja quadro).
A polícia desconfia também que haja envolvimento de pessoas que trabalham dentro do porto de Santos (72 km a sudeste de São Paulo).
Quase todos os casos acontecem quando os caminhões estão saindo do Tecon (Terminal de Contêineres), que fica dentro do porto, ou no percurso até os terminais de armazenamento de cargas.
O que intriga a polícia é o fato de as quadrilhas saberem exatamente o que tem em cada contêiner antes de roubar a mercadoria.
Para tentar diminuir os casos, Aranha afirmou que fará bloqueios na saída do Tecon (dentro é área federal, de atribuição da alfândega) para checar toda a documentação dos contêineres e verificar algum procedimento suspeito dos motoristas.
Outro objetivo da polícia é tentar pegar importadores sonegadores. O Sindisan (Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista) também está tomando medidas para tentar diminuir as ocorrências.
A entidade está fazendo um levantamento detalhado entre os associados para descobrir quantos roubos aconteceram e os valores envolvidos.

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