São Paulo, domingo, 23 de março de 1997
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Collor vira professor nos Estados Unidos

EDIANA BALLERONI
ESPECIAL PARA A FOLHA DE MIAMI

A partir de agosto, o ex-presidente Fernando Collor de Mello passa a dar aulas de Relações Internacionais na Universidade do Novo México.
O ex-presidente deixará de ter apenas um visto para turistas -que o obrigava a sair regularmente dos Estados Unidos- e passará a usufruir do status de "professor visitante".
As aulas serão dadas em um curso especial, cujo tema será a formação e as relações dos blocos econômico-comerciais nas Américas, como o Mercosul e o Nafta.
Serão duas aulas por mês, totalizando cinco horas. A assessoria do ex-presidente Collor não quis revelar quanto ele receberá em seu novo emprego.
Collor já havia tentado lecionar em universidades de Miami sem sucesso. O fato de não possuir qualquer curso de pós-graduação ou mesmo mestrado barrou a sua pretensão de se tornar professor universitário na cidade onde reside atualmente.
A Florida International University chegou a cogitar de criar um curso especial para ele, mas professores dos cursos regulares protestaram contra a possibilidade.
Lipton
Enquanto não assume a nova função, Collor se ocupa com palestras e outras atividades menos estressantes. Há uma semana, voltou de um ciclo de conferências na Europa, onde esteve na França e na Suécia.
Durante os próximos dias, o ex-presidente poderá ser encontrado no Lipton, um dos torneios de tênis mais concorridos dos Estados Unidos, realizado em Key Biscayne.
Ele comprou um camarote, de quatro lugares, para todos os dez dias do campeonato.
A divulgação do Lipton informou à Folha que os camarotes são reservados com um ano de antecedência e custam entre US$ 4 mil e US$ 24 mil, dependendo da localização. Eles não quiseram dizer exatamente quanto o ex-presidente pagou pelo seu.
Junto com Collor, assistirão ao torneio sua mulher, Rosane, seu filho mais velho, Arnon, e, provavelmente, seu assessor de imprensa, Roni Curvelo.
Curvelo informou à Folha que Arnon, de 21 anos, não tem qualquer intenção de ingressar na política nem conta com o incentivo do pai para isso, conforme recentemente divulgado.
Banco do Brasil
Collor pretende processar o Banco do Brasil por quebra de sigilo.
O banco teria fornecido a uma emissora de televisão cópias dos recibos das remessas de dinheiro que as organizações Arnon de Mello fazem para o ex-presidente, em quantias mensais que giram em torno de US$ 100 mil.

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