São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 1997
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Parmalat prepara sua expansão nos EUA

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O grupo italiano Parmalat acaba de comprar 75,1% da empresa canadense Beatrice Foods, o que fará com que seu faturamento chegue a cerca de US$ 4,21 bilhões ao ano.
A operação, definida pelo presidente da Parmalat, Calisto Tanzi, como "a mais importante" realizada pelo grupo nos últimos anos, significa um desembolso pela companhia italiana de quase US$ 165 milhões.
Segundo Tanzi, essa compra servirá principalmente para que a Parmalat consolide sua presença no mercado norte-americano.
No ano passado, o grupo Parmalat teve um faturamento de aproximadamente US$ 3,21 bilhões, o que significou um aumento de cerca de 27% em relação a 1995.
Os restantes 24,9% da Beatrice Foods, com sede em Toronto, vão ficar na carteira de investimento da filial canadense do Citicorp, que dá assessoria para a Parmalat em todo o mundo e que serviu de consultor nessa aquisição.
A Beatrice Foods, que opera 20 fábricas no Canadá e três nos Estados Unidos e emprega 1300 pessoas, atua nos mesmos setores que a Parmalat: laticínios, queijos, sucos de frutas e biscoitos.
Dívidas
O preço de compra foi determinado levando-se em consideração que a Beatrice Foods tinha dívidas de quase US$ 93,8 milhões. "O preço era muito interessante. Tanto que o Citibank ficou com os 24,9% restantes", disse Tanzi.
Ele procurou tranquilizar os investidores, ao assegurar que a companhia não vai recorrer a novos aumentos de capital para financiar essa compra.
A Beatrice Foods foi vendida por três fundos americanos, um deles do Credit Suisse First Boston.
Com sua venda para a Parmalat, termina uma das histórias de negócios que mais atraiu a atenção do público na década de 80 e que tornou famoso o financista Henry Kravis. Em abril de 1986, Kravis e sua empresa compraram por US$ 6,2 bilhões a Beatrice Foods, que era então um grupo que controlava marcas como Avis (aluguel de carros), Samsonite (malas e bolsas) e Max Factor (cosméticos).
Kravis dividiu o grupo e foi vendendo marcas e operações com tal sucesso que conseguiu recursos para financiar sua mais ousada empreitada, a compra do grupo Nabisco, por US$ 25 bilhões.

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