São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 1997
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Gula não é pecado na capital

SILVIO CIOFFI
DO ENVIADO ESPECIAL A VIENA

Um exemplo de prato da culinária austríaca famoso em todo o mundo leva o nome da capital do país: "wiener schnitzel".
Bife à milanesa de carne ou porco, esse monumento da gastronomia vienense só se rivaliza em importância com o "apfelstrudel", a especialíssima torta de maçã.
Os pequenos restaurantes típicos, conhecidos pelo nome de "beisel", são ideais para provar essas especialidades austríacas.
Outras paixões vienenses são o café e os chocolates -e a cidade cheira a café no fim de tarde.
O escritor Camillo Schaefer já chamou as doçarias de Viena de "oásis de paz no deserto da vida" e, quem for a locais como a confeitaria Demel, no calçadão da 1 Kohlmartkt 14, perto do castelo de Hofburg, vai descobrir que a frase faz sentido.
Além da Demel, que tem dois séculos e foi frequentada por vienenses ilustres, do imperador Francisco José 1º ao chanceler Bruno Kreisky, há uma lista infinita de cafés e doçarias.
O hotel Sacher, na 1 Philarmonikerstrasse 4, atrás da Ópera, é o berço da torta antológica que leva o seu nome -e que foi o doce preferido de diversos notáveis.
O café Museum, na Karlplatz, ou o Landtmann, nos arredores do Burgtheater, são outras escolhas para um fim de tarde agradável.
Noites de vinho em Viena
Para um jantar animado, Viena tem os "heurigen", locais pitorescos nas antigas regiões vinícolas -e o Grinzing talvez seja o lugar ideal para provar o vinho novo.
Essas tavernas servem exclusivamente o vinho que produzem. Há a opção de tomá-lo com soda borbulhante, e aí a bebida se chama "gespritzter".
Mas é na comida suculenta, nas porções generosas de costeletas e embutidos de porco, nos vegetais e cogumelos à milanesa e nas sopas substanciosas que as tavernas do Grinzing -concentradas em ruas como Cobenzlgasse e Neustift am Walde- mostram sua autenticidade.

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