São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997
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Polícia fere avô que ameaçava neto

DO NP; DA REPORTAGEM LOCAL

Garoto de 4 anos fica como refém por 4 horas
O aposentado João Gomes Cabral Filho, 42, levou um tiro no ombro direito de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar).
Segundo a polícia, ele manteve seu neto Bruno dos Santos Silvestre, 4, como refém durante quatro horas, ameaçando matá-lo com um facão. Após o disparo, Cabral Filho se rendeu, e o garoto foi resgatado com vida.
O caso aconteceu na madrugada de ontem, na rua Bom Jesus, Água Rasa (zona leste de São Paulo), onde mora a ex-mulher de Cabral Filho, Etiene Maria dos Santos Cabral, 42.
O motivo
Quando Cabral Filho invadiu a casa pelos fundos, Etiene e outros quatro familiares conseguiram fugir pela porta da frente.
Sobrou apenas o garoto, que dormia e foi tomado como refém.
"Chamamos a polícia na hora, mas era tarde. Ela já tinha dominado o menino", disse a estudante Érica dos Santos Cabral, 17, filha do aposentado.
Com a chegada da polícia, começaram as negociações. Durante toda a conversa, Cabral Filho permaneceu em pé, abraçando a criança com o braço direito.
O pedido
Inicialmente, ele pediu a presença do padre Júlio Lancelloti, da Pastoral dos Povos de Rua, e de um padre chamado Luciano, que seria de Minas Gerais.
Ele não explicava por que queria a visita dos religiosos.
"Ele é louco. Já foi internado cinco vezes por causa de problemas mentais e agora vai matar a única coisa que tenho no mundo", gritava Elaine dos Santos Cabral, mãe do refém.
O padre da igreja de Vila Diva (zona leste de São Paulo) foi chamado, mas Cabral Filho não se entregou.
Atiradores
Após quatro horas de negociações, sem sucesso, atiradores de elite do Gate cercaram a casa. Um deles, localizado a cerca de 12 metros da casa, atingiu o ombro direito do acusado.
"Tivemos que atirar porque não teve outra forma de convencê-lo", disse o capitão da PM José Everardo da Silva.
O acusado e o refém foram levados para o hospital João 23. Cabral Filho ficou internado e o garoto foi liberado depois de passar por exames.
Em 1990, Cabral Filho havia passado 90 dias preso, acusado de extorsão.

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