São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 1997 |
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Cooperativas do PR devem crescer 10%
JOSÉ MASCHIO
No ano passado, o faturamento das 70 cooperativas do setor, de acordo com números da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), chegou a US$ 5 bilhões, o que representou 15% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, que foi de US$ 33 bilhões. Nesta safra, a expectativa é de um crescimento de 10% no faturamento, chegando a US$ 5,5 bilhões. Flávio Turra, 39, da Ocepar, credita à soja as razões para o otimismo das cooperativas do PR. Segundo ele, os bons preços internacionais do produto, desde o segundo semestre do ano passado, têm motivado uma recuperação econômica do sistema cooperativista. Na safra passada, a participação das cooperativas no recebimento de soja foi de 72% da produção estadual. Isso significou 4,6 milhões de t (a safra paranaense ficou em 6,375 milhões de t). Neste ano, com uma expectativa de colheita de 6,77 milhões de t, a previsão é manter o mesmo desempenho na participação, porém, com um faturamento maior em razão da conjuntura internacional. Com participação menor na safra de milho (35,4%) em 95/96, as cooperativas apostam no milho safrinha (milho plantado após a colheita da soja) para aumentar sua participação este ano. A expectativa é receber 2,8 milhões de t nesta safra contra 2,3 milhões de t na safra anterior. Sociedades anônimas A securitização das dívidas agrícolas também provocou um certo alívio financeiro para o sistema cooperativista do Estado. A maioria das 70 cooperativas paranaenses renegociaram suas dívidas ou as transformaram em participação acionária. Um exemplo é a Cocamar (Cooperativa dos Cafeicultores do Paraná), de Maringá (420 km a noroeste de Curitiba), que transformou seu parque industrial em sociedades anônimas, com a participação acionária de um "pool" de bancos credores. A Agência Folha apurou, no entanto, que 10 das 70 cooperativas agrícolas paranaenses ainda enfrentam problemas de caixa, acumulados desde a implantação do Plano Real. Empregando diretamente 31 mil pessoas, as cooperativas agrícolas partem para uma nova postura no mercado internacional. Elas estão deixando de exportar por meio de grandes "tradings" para obter participação mais direta no comércio internacional. Exportação No ano passado, as cooperativas paranaenses exportaram R$ 270 milhões -no Brasil as exportações das cooperativas ficaram em R$ 1 bilhão. Em âmbito interno a aposta é na verticalização da produção, com a entrada nos mercados de carnes (bovinos, suínos e aves). Pelo menos cinco das cooperativas inauguram ou ampliam, já neste ano, frigoríficos para disputar com as grandes empresas integradoras esses mercados tanto internamente quanto no exterior. Texto Anterior: Redução hídrica favorece colheita de grãos em SP Próximo Texto: Maranhão amplia produção de grãos Índice |
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