São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 1997
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Banco queria ficar conhecido

DA SUCURSAL DO RIO; DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Banco Gulfinvest, José Carlos de Oliveira, disse que entrou na administração pública de São Paulo por duas razões.
Primeiro, por uma "questão filosófica": reurbanizar a cidade. Segundo, por uma questão prática: projetar-se na sociedade paulistana, já que estava abrindo a sucursal de um banco carioca e precisava conhecer as pessoas.
"Eu era contra ter função pública, mas achamos que essa era a melhor maneira de tornar o Gulfinvest conhecido. Fui convidado para a Emurb pelo (então) vereador Marcos Cintra", afirmou.
Cintra (PL), que foi secretário de Planejamento do então prefeito Paulo Maluf (PPB), nega ter feito a indicação. "Eu o conheci no grupo de trabalho sobre a reurbanização da avenida Faria Lima."
O prefeito Celso Pitta -que foi conselheiro fiscal da Emurb na mesma época em que José Carlos de Oliveira ocupava a diretoria financeira da empresa e seu banco fazia operações com papéis da prefeitura- diz ter conhecido o banqueiro durante a passagem dele pela Emurb.
Segundo Pitta informou por meio de sua assessoria de imprensa, Oliveira "não detinha informações privilegiadas da venda de títulos municipais, cujos leilões, inclusive, eram públicos".
O banqueiro usou o mesmo argumento para defender-se de ilações sobre sua participação no esquema envolvendo operações com títulos para pagar precatórios emitidos pela prefeitura paulistana.
"Os leilões eram públicos, todos os bancos tinham acesso, inclusive o Gulfinvest." Mas ele admitiu que chegou a ser procurado pelos seus sócios que compraram os papéis da Prefeitura de São Paulo para opinar sobre as operações.
"Talvez nessa conversa toda eu tenha dito que as finanças da prefeitura estavam boas, que eram um bom negócio para a instituição", afirmou.
Sócio de Oliveira, Ney Prado Júnior, presidente do conselho de administração do Gulfinvest, disse que tudo não passa de uma "desagradável coincidência".

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