São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 1997
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Os mesmos personagens nos dois esquemas

Paubrasil
Esquema que arrecadou US$ 19 milhões para as campanhas de Paulo Maluf para o governo paulista em 1990 e Prefeitura de São Paulo em 1992. Na época, a lei eleitoral proibia que empresas contribuíssem com campanhas. A arrecadação era feita pela empresa Paubrasil Engenharia e Montagens, do pianista João Carlos Martins, amigo de Maluf. A maioria do dinheiro veio de empreiteiras, mas vários bancos contribuíram com a Paubrasil e, entre eles, o Banco Operador

Banco Operador
Fundado por Sony Douer, o banco empregou alguns dos principais personagens do escândalo dos precatórios: Enrico Piccioto (sócio de Douer), Dalva Gonçalves (secretária de diretoria), Sérgio Chiamarelli Jr. (diretor de Open) e José Luís Priolli (diretor da área comercial). O banco chegou a ter algumas contas de empresas laranjas, como a DP Parafusos, de Ibraim Borges Filho, em 1993.

Enrico Piccioto
Deixou o Operador em 1991, segundo sua assessoria de imprensa. É um dos principais suspeitos de monitorar os esquema com empresas laranjas. Tem uma empresa, a Engebrás, que fornece radares para a Prefeitura de São Paulo

Dalva Gonçalves
Secretária do Operador e, depois, secretária da Split. Disse à PF que recebia cheques em branco assinados por empresas fantasmas e os preenchia sob a orientação de outro funcinário da Split, Sérgio Chiamarelli Júnior

Sérgio Chiamarelli Júnior
Ex-gerente de mesa do Operador, Chiamarelli se tornou diretor financeiro da Split. Recebia os cheques em branco assinados pelo laranja Ibraim Borges Filho e os repassava para Pedro Mammana, como confirmou em depoimento à PF

Split DTVM
Empresa de Enrico Piccioto, fundada em 12/2/92, reuniu vários ex-funcionários do Operador. Operou inicialmente com o esquema Paubrasil, como confirmou o próprio Piccioto: quatro cheques da Paubrasil, totalizando US$ 330 mil, foram depositados na conta da Split em 1992. Depois, começou a participar do esquema dos Precatórios. Operou com títulos da Prefeitura de São Paulo

José Luis Priolli
Dirigia a área comercial do Banco Operador. Depois tornou-se sócio, junto com o irmão, da distribuidora Negocial. Foi amigo pessoal de Pedro Mammana e hoje namora a ex-mulher de Pedro, Cláudia Mammana.

Negocial DTVM
Empresa de José Luis Priolli. Atuando junto ao Beron, a empresa fez várias operações com "laranjas"que estão sendo investigados pelo Banco Central. Segundo a CPI, a empresa teria lucrado R$ 168 milhões com operações irregulares

Os "laranjas"
Empresários que assinavam cheques em branco e cediam suas contas correntes Cediam suas contas correntes para serem utilizadas pelo esquema. Segundo o senador Romeu Tuma (PFL-SP), os "laranjas" eram arregimentados por Pedro Mammana -amigo de Sérgio Chiamarelli (Split) e de José Luis Priolli (Negocial). Pelo menos três laranjas apontaram Pedro Mammana como mentor das operações irregulares:
. Ibraim Borges Filho, da IBF Factoring e da DP Parafusos
. Nelson Fagarazzi, dono da Metal In
. Wladsney Longo, dono da empresa Pride Produtos para Informática.

Precatórios
Esquema que negociava títulos públicos destinados a pagar dívidas judiciais. A Prefeitura de São Paulo (gestão Paulo Maluf) e alguns Estados emitiram títulos para pagar dívidas que não existiam, utilizando o dinheiro para outros fins. Esses títulos foram vendidos com desconto elevado, proporcionando grandes lucros para algumas instituições financeiras -entre as quais a Split e a Negocial. O esquema foi montado por Wagner Baptista Ramos, Pedro Neiva, Maria Helena Cella e Nivaldo de Almeida -todos assessores do prefeito Celso Pitta.

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