São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 1997 |
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Professor afirma que máfia domina escola Dois funcionários abandonaram as aulas PRISCILA LAMBERT; FABIO SCHVARTCHE
"A escola está dominada por uma máfia e até os alunos mais novos ficam aterrorizados de ir às aulas", afirma. Desempregado aos 50 anos, decidiu ingressar na rede estadual de ensino "para fazer alguma coisa e não ficar parado". Segundo M., que prefere não se identificar por temer represálias, todos os professores estão assustados, mas não falam abertamente por medo. "Ninguém mais quer vir trabalhar aqui. Se continuar assim, vão ter de fechar o curso supletivo", diz. Na semana passada, dois professores abandonaram as salas de aula e pediram para ser transferidos de colégio. A Folha apurou que uma professora da Celestino Bourroul estuda solicitar seu desligamento da rede, nos próximos dias, também por temer as ameaças. "É uma covardia o que essas pessoas estão fazendo. No anonimato, elas ameaçam e podem te violentar e até mesmo matar, porque a periferia é o descaso completo", afirma M. Para ele, o problema está apenas concentrado na escola Celestino Bourroul, mas é um mal de toda a rede nacional de ensino. "A referência ética, agora, está no bandido. Como pode uma molecada estar ditando as normas em uma escola, assumindo o papel do Estado?", diz M., que dá aulas à tarde em outra escola para completar o salário que ganha na rede estadual. Falta de material M. também critica as instalações e, principalmente, o material disponível para os professores na escola. "A falta de material desestimula nosso trabalho." Segundo M., as grades no pátio principal da Celestino Bourroul fazem com que a escola se assemelhe a uma jaula. "Essa não é uma instalação adequada para uma escola." O diretor da escola não quis falar com a Folha sobre a falta de material disponível. (PL e FS) Texto Anterior: Ameaças fazem escola suspender aula Próximo Texto: FRASES Índice |
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