São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 1997 |
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Juro nos EUA sobe a 5,5%
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
O objetivo é evitar que a economia atinja um nível de aquecimento que provoque pressões inflacionárias no futuro. A medida já era esperada desde dezembro, quando Alan Greenspan, presidente da instituição, advertira que as Bolsas de Valores nos EUA estariam vivendo uma "exuberância irracional". Há seis anos o país está em expansão econômica, mas nos últimos seis meses o Fed considerou preocupante o nível de atividade. O receio é que o aumento na oferta de emprego possa puxar os salários e, em consequência, a inflação, que tem oscilado entre 2,5% e 3% ao ano. Apesar do aumento da atividade econômica, especialmente no último semestre, a inflação ainda não estava subindo, graças, em parte, à valorização do dólar, especialmente na relação com o marco ou o iene. Numa economia aberta, como a dos EUA, uma moeda valorizada faz crescer muito as importações, o que ajuda a controlar a inflação. A decisão do Fed dividiu os assessores do presidente Clinton em duas correntes. Uma acredita que não há motivos para preocupação, porque a economia do país estaria forte o suficiente para enfrentar um período de desaquecimento provocado pela alta dos juros. Outra vê sério risco de recessão nos próximos meses e quer que o presidente deixe claro ao eleitorado não ser favorável à decisão. Apesar do aumento nos juros do over interbancário, o Fed mostrou certa timidez ao não alterar a taxa de redesconto, cobrada de bancos que ao fim do expediente não mantêm uma reserva mínima obrigatória em caixa. Neste caso, eles são obrigados a emprestar de outros bancos ou do Fed. Em Brasília, o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, disse que a decisão do Fed não vai afetar os juros brasileiros. "Essa mudança está totalmente dentro do esperado. Até mesmo o mercado já sinalizava para isso", afirmou. Texto Anterior: Governo estuda mudança no cálculo da TR Próximo Texto: Juro nos EUA sobe a 5,5% Índice |
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