São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 1997
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Governo estuda mudança no cálculo da TR

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo deve mudar a fórmula de cálculo da TR (Taxa Referencial) no próximo mês. A informação é do diretor de Política Econômica do Banco Central, Francisco Lopes.
Lopes disse que o BC está estudando mudança na fórmula do redutor usado no cálculo da TR. Mas isso não significa um elevação ou diminuição do redutor.
Hoje, o redutor da TR é definido com antecedência de seis meses. Como é difícil prever também a taxa de juros daqui a seis meses, Lopes disse que a fórmula de cálculo da TR deverá ser alterada.
Lopes não quis entrar em detalhes sobre as mudanças. Ele não respondeu se as mudanças podem aumentar ou reduzir a TR. Se a TR aumentar, as cadernetas de poupança terão uma rentabilidade melhor, e os mutuários, impacto maior nas dívidas.
Cálculo com CDBs
A TR é calculada a partir dos juros médios dos CDBs, aplicações oferecidas pelo sistema bancário.
Sobre essa média, é aplicado um redutor. Quanto maior o redutor, menor a TR e, em consequência, menor o rendimento da poupança. Se o redutor cai, sobe o rendimento da poupança.
A preocupação do governo, porém, é encontrar uma fórmula que dê segurança ao mercado financeiro e permita administrar a política de juros no curto prazo com mais flexibilidade.
Lopes disse ainda que o início da cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) em janeiro último provocou algumas distorções entre as aplicações financeiras.
Segundo ele, o governo está tentando manter o equilíbrio entre as diversas aplicações.
Ontem, o CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu manter em 0,95% o redutor para cálculo da TR em setembro. É o mesmo redutor desde fevereiro.
Outros temas
O Conselho Monetário Nacional autorizou ainda o governo brasileiro a comprar ações do BIS (Banco de Compensações Internacionais) no valor de US$ 35,8 milhões. Agora, o Brasil será sócio do BIS (uma espécie de banco central dos bancos centrais de todo o mundo).
A proposta de restringir as aplicações dos bancos de investimentos em ações de empresas coligadas não foi examinada porque ainda não ficou pronta.
Após a reunião, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, disse que o governo ainda não dispõe da dados suficientes para saber se o nível de consumo está alto.

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