São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 1997
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O cheque de Celso Pitta

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Popularizou-se ontem na CPI dos Precatórios uma nova acusação contra o prefeito de São Paulo, Celso Pitta.
Em 17 de julho de 92, ainda diretor da Eucatex, empresa de Paulo Maluf, o hoje prefeito teve um cheque seu compensado a favor da empresa Pacific Star, acusada pela Polícia Federal de operar com remessas ilegais de dólar para o exterior.
A assessoria do prefeito já foi vasculhar o Imposto de Renda de Pitta. "Isso aí foi apenas uma compra de dólares. Está até declarada no IR daquele ano", disse um assessor.
De toda forma, uma cópia do cheque 002333 está lá, anexada ao inquérito 940102243/7 da PF. O valor, atualizado, seria de US$ 6.700.
A Pacific Star, que acabou recebendo o dinheiro de Pitta, é uma empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, um notório paraíso fiscal.
Sozinho, esse cheque será de pouca serventia para a CPI. A não ser que Pitta se disponha a contar de quem comprou os dólares em 92. E por qual razão o dinheiro teria ido parar na conta dessa tal Pacific Star.
Ontem, a assessoria do prefeito dizia não saber em quais circunstâncias os dólares teriam sido adquiridos pelo então funcionário de Paulo Maluf na empresa Eucatex.
Para alívio geral, o delegado que comanda o inquérito, João Carlos Abraços, já decidiu que vai ouvir o prefeito a respeito do assunto.
Pitta, que está sempre dizendo ser inocente, terá mais uma chance de repetir todos os seus argumentos.
Como o depoimento ainda não está marcado, o prefeito poderá elaborar suas explicações com tranquilidade.
Está cada vez mais enrolada a situação de Celso Pitta. Até quando a imprensa continuará a trazer uma novidade por dia a seu respeito?
*
Por essa ninguém esperava.
Um dos donos do liquidado Banco Vetor, Fábio Nahoum, foi chamado ontem de "fonte do Banco Central" pela imprensa carioca.
Me engana que eu gosto.

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