São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997
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Serviço pela metade; Passar a borracha; Razão principal; Ficando nas intenções; Novas amizades; Mudanças à vista; Demarcação de terreno; Maldade federal; Sonho antigo; Preferência oficial; Coração partido; Ex-bons companheiros; Exigência presidencial; Pragmatismo governista; Dinheiro a vontade; Inferno de Dante

Serviço pela metade
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), foi pedir ontem a FHC aval para apresentar emenda de revisão constitucional unicameral em 99. O presidente se disse simpático à idéia, mas pediu um tempo para pensar.

Passar a borracha
Inocêncio diz que revisão em 99 é "mais para passar a borracha na Constituição e adaptá-la à globalização". O fato é que o PFL já se prepara para um fracasso parcial das reformas prometidas por FHC na campanha de 1994.

Razão principal
A vantagem para o governo da revisão constitucional em 99 é aprovar por maioria absoluta (299 votos) dos congressistas o que agora exige três quintos (308 deputados e 49 senadores).

Ficando nas intenções
Para o comando pefelista, as atuais reformas devem ser desfiguradas. A administrativa vai permitir teto superior a R$ 10,8 mil. A da Previdência será dividida em duas. E a tributária é feita por leis infraconstitucionais.

Novas amizades
Comentário de um dirigente petista sobre o encontro de Orestes Quércia e Lula na cerimônia de comemoração dos 75 anos do PC do B, anteontem, em São Paulo: "Só faltou o Maluf".

Mudanças à vista
Alberto Goldman (PMDB) e Paulo Bornhausen (PFL) apresentarão um substitutivo ao projeto do governo de lei de teles. E se encontram hoje em São Paulo para acertar os últimos detalhes.

Demarcação de terreno
Constrangimento na reunião de ontem de FHC com os líderes aliados. Líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA) disse que Inocêncio Oliveira (PE), apesar de ser o decano da turma, não falava em nome dos outros líderes. "Fala pelo PFL", disparou.

Maldade federal
A Câmara será fechada hoje para dedetização. Os deputados debandaram ontem para seus Estados. Piadinha brasiliense: "Então, servirá para quê?".

Sonho antigo
O Hong Kong and Shangai Bank, acionista minoritário do Bamerindus, já havia comunicado ao BC (Banco Central) em dezembro do ano passado que tinha interesse em comprar o banco de Andrade Vieira.

Preferência oficial
A proposta do Hong Kong and Shangai Bank de comprar o Bamerindus sempre contou com a simpatia do Banco Central, que não via com bons olhos o crescimento dos bancos paulistas.

Coração partido
FHC relutou muito em aceitar a decisão de intervenção do BC no Bamerindus. Razão: o senador José Eduardo Andrade Vieira (PTB-PR) foi um companheiro importante na eleição de 94.

Ex-bons companheiros
O malufismo acha que João Carlos Martins mandou um recado para Maluf ao dizer que Pitta pode ser "laranja". O pianista não quer pagar sozinho multa milionária à Receita por sonegação fiscal do esquema Paubrasil.

Exigência presidencial
Em conversa com líderes, FHC disse que topa dividir a reforma da Previdência em duas emendas. Uma para tratar do setor público e outra do privado. Com uma exigência: aposentadoria, só com tempo de contribuição.

Pragmatismo governista
Com a divisão da reforma da Previdência em duas, um líder prevê o seguinte: "A do setor público será votada logo. A do privado ficará para as calendas".

Dinheiro a vontade
Piada de secretários-executivos dos ministérios que discutiram ontem cortes no Orçamento: querem que FHC coloque o René no Tesouro. René é o desconhecido que deu a Fausto Solano Lopes cheque de R$ 9,7 mi.

Inferno de Dante
A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia paulista e a Pastoral Carcerária visitam hoje a penitenciária do Carandiru para apurar acusações de que presos tetraplégicos estão sendo submetidos a maus-tratos.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
De José Dirceu, presidente do PT, sobre FHC classificar de "neobobismo" críticas de que se preocupa mais com o mercado financeiro do que com o social:
- FHC inaugurou o cretinismo situacional. Deu mais uma demonstração de autoritarismo e de autismo político.

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