São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997
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Bradesco cria empresa para comprar Vale

CSN fará parte do consórcio

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Está "praticamente acertada" a participação do Bradesco em um consórcio que está sendo montado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) para o leilão de privatização da Vale do Rio Doce.
O banco não pode participar diretamente do consórcio porque foi um dos integrantes do grupo contratado pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para assessor na definição das regras do leilão.
Para poder participar do leilão, segundo apurou a Folha junto ao Bradesco, o banco estuda a criação de uma companhia de participações na qual seria minoritário.
Outro grupo entraria como sócio majoritário e seria por meio dessa companhia que o Bradesco poderia entrar no consórcio que a CSN está procurando viabilizar. Outras opções que tornem possível sua participação estão sendo estudas.
A formação de um segundo consórcio -além do que está sendo negociado por Votorantim e Anglo American- seria bem vinda pelo governo que preferiria que houvesse disputa no leilão da Vale.
A posição oficial do BNDES, repetida ontem por Paulo Libergott, chefe do departamento de operações de desestatização, é que o Bradesco não pode entrar no leilão da Vale até por razões contratuais.
Uma das cláusulas do contrato entre o BNDES e o grupo de assessores do qual o Bradesco faz parte especifica que esses consultores não podem prestar qualquer serviço para os consórcios participantes do leilão "que configure conflito de interesses ou contrarie a ética profissional".
O Bradesco informa que só formalizará sua participação -indireta- num consórcio se houver aprovação do BNDES. Na semana passada, considerava-se descartada sua participação no leilão por causa da proibição do BNDES.
O consórcio que está sendo negociado pela CSN só vai acertar a entrada do Bradesco depois de terem sido "adotados todos os procedimentos necessários para se ter certeza que a participação indireta do Bradesco é completamente legal", na expressão de um dos negociadores.
A entrada do Bradesco é considerada importante, mas não essencial porque já teria assegurado financiamento junto a bancos estrangeiros.

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