São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997 |
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Educador só admite cota com mais vagas
RICARDO AMORIM
Para ele, não se pode diminuir a oferta de vagas no vestibular em função das cotas. "Quem presta o exame sai prejudicado", diz. A Câmara de Ensino Superior, formada por 12 membros, vai avaliar a proposta de cotas feita pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza. Maranhão, 44, já foi reitor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. * Folha - Como o sr. vê a proposta de criação das cotas sociais nas universidades federais? Efrem de Aguiar Maranhão - Essa é uma questão que sempre preocupou o conselho, mas que ainda não foi aprofundada. A Constituição garante direitos iguais para todos, a mesma oportunidade. As cotas tiram isso. As universidades são instituições de mérito e não podem correr o risco de formar incompetentes. Não adianta ficar com pena porque alguns não tiveram oportunidade. Por outro lado, entendo que devam ser criadas as oportunidades. O investimento deveria objetivar melhorar o ensino de 1º e 2º graus, criando condições igualitárias. Como obrigação social, a reserva poderia ser feita em um adicional de vagas. Por exemplo, uma universidade que ofereça 3.000 vagas passaria a oferecer 10% a mais, 300 vagas, em função das cotas. Folha - Qual a sua posição com relação aos métodos de seleção para ingresso nas universidades? Maranhão - O vestibular pode até mudar de nome, mas nunca vai acabar. Ele é necessário em cursos cuja demanda por vagas é maior que a oferta. O critério tem de ser o conhecimento. Na Argentina, todo mundo que conclui o 2º grau se matricula automaticamente na universidade. O resultado é que grande parte não conclui os cursos e há muita reprovação. Folha - O ensino médio já melhorou no Brasil? Os dados que apontam um crescimento das matrículas no 2º grau são um indicador de melhoria? Maranhão - Estamos começando a ver sinais de melhoria. Isso faz com que seja necessária uma política de expansão de vagas nas universidades. Defendo que sejam feitas avaliações como o provão, mas também outras, preventivas, para evitar que o aluno frequente um mau curso. Depois de formado, o profissional também deveria ser avaliado regularmente, a cada cinco ou dez anos, por exemplo. Texto Anterior: Leitor pede ressarcimento por roubo Próximo Texto: Solução é melhorar 1º e 2º graus, afirmam reitores Índice |
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