São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997
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Produção industrial volta a crescer em SP

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ritmo de atividade da indústria paulista voltou a crescer em fevereiro, tendência que, segundo a Fiesp, deve se repetir em março.
Quando se compara a fevereiro de 96, o crescimento registrado pelo INA (Índice de Nível de Atividade) é de 2,6%. Com relação a janeiro, o crescimento é de 0,3%, já descontados os efeitos sazonais.
"Não esperávamos mesmo nenhuma queda no ritmo de atividade, que deve continuar crescendo moderadamente", afirmou Boris Tabacof, diretor do Departamento de Economia da federação.
Tabacof frisa que não considera que a indústria -e por tabela a economia como um todo- esteja "excessivamente aquecida".
No entanto, o comportamento do INA indica que o atual nível de atividade da indústria é superior ao registrado no início de 95, quando o governo soltou várias medidas para frear a economia.
Em fevereiro de 95, por exemplo, o INA estava em 114,8 pontos, enquanto que no mês passado esse índice ficou em 115,1, para uma base de comparação (índice igual a 100) relativa a 1989.
O pico registrado pelo INA, desde o início do Plano Real, ocorreu em abril de 1996, quando o índice ficou em 118,6, sempre pelo critério dessazonalizado.
Vendas e capacidade
O faturamento real da indústria paulista, já descontada a inflação, também registrou crescimento em fevereiro. Com relação a fevereiro de 96, o crescimento apurado pela pesquisa da Fiesp é de 2,2%.
Mesmo com esses números positivos, o nível de utilização da capacidade instalada recuou, passando de 77,5%, em janeiro, para 77%, em fevereiro.
Na avaliação de Tabacof, o INA pode começar a ser negativo a partir de abril, retração que, segundo ele, também deve ocorrer no comércio paulista.
Ele considerou que seria ruim para os empresários se o governo optasse por frear o ritmo de atividade da economia para reequilibrar a balança comercial.
"Voltamos a reafirmar que seria indesejável uma política de 'stop-and-go', porque criaria instabilidade tanto para as empresas como também para os consumidores", disse Tabacof.
Segundo o raciocínio, a mudança no rumo da economia nacional pode afetar diretamente os planos de investimentos já planejados pela indústria.
Emprego
Apesar do ritmo acelerado com que a indústria de São Paulo vem trabalhando, o número de pessoas ocupadas recuou no mês passado.
Segundo a pesquisa da Fiesp, esse número caiu 5,1% com relação ao mesmo período do ano passado. E o salário real recuou 3,8%.

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