São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997
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Pressão sobre o câmbio deve aumentar

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de câmbio operou ontem mais uma no teto da minibanda de variação do dólar. O movimento, no entanto, não foi suficiente para fazer o BC intervir no mercado, como nos outros dias.
Segundo operadores, o mercado continuará pressionado, ou seja, o número de interessados em comprar dólar continuará sendo superior ao número de interessados em vender a moeda norte-americana.
Essa pressão deve inclusive aumentar nas próximas semanas, à medida que as importações forem chegando ao país e os importadores forem obrigados a fechar o câmbio para saldar suas contas.
Porém, argumentam alguns operadores, há um fato que deve servir para esfriar um pouco o ânimo altista, aumentando a oferta de dólar: a decisão do Fed, da última terça-feira.
Isso porque muitos investidores internacionais estavam justamente aguardando essa decisão para então resolver o que fazer com seus recursos.
Agora muitos devem mandar seus dólares para o mercado interno, contribuindo assim para derrubar as cotações.
No final do dia, o mercado de dólar comercial recuou um pouco, com a moeda sendo cotada a R$ 1,058, para compra, e R$ 1,060, para venda.
Bovespa
Na Bolsa de Valores de São Paulo, o dia ontem foi de pouco volume de negócios, com um total negociado de R$ 431,5 milhões.
No dia anterior, para efeito de comparação, as operações somaram R$ 604 milhões, volume próximo ao registrado nos dias anteriores.
Segundo operadores, o mercado está ainda digerindo as últimas notícias econômicas, tanto no fronte interno (restrição às importações) como também no fronte externo (alta dos juros norte-americanos).
Na Bolsa de Valores de Nova York, o mercado fechou praticamente estável por causa das empresas do setor de alta tecnologia.
O mercado, no entanto, iniciou o dia apreensivo com as notícias de alta expressiva das encomendas de bens duráveis, que cresceram 1,5% no mês passado.
O índice reforça a tese de aquecimento excessivo da economia norte-americana, que fez o Fed elevar os juros básicos para 5,5% ao ano.

E-mail: mercado@uol.com.br

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