São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997
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Prédio exibia espetáculos populares nos anos 20

DA REPORTAGEM LOCAL

Em seus 80 anos, a história do teatro São Pedro, não é muito diferente da de vários prédios com valor histórico na cidade e está pontuada por reformas, decadência e a quase destruição para a instalação de um estabelecimento comercial -no caso, um supermercado.
O São Pedro foi construído pela comunidade portuguesa, como duas outras dezenas de teatros que surgiram na cidade na época pelas mãos de grupos de imigrantes.
Situado muito próximo à estação de trem da Barra Funda, sua vocação era apresentar espetáculos populares, de variedades, como shows de crianças prodígios, teatro de revista, etc.
Na década de 40, o teatro virou cinema, que, anos depois, entrou em decadência. A família proprietária do teatro, então, teria cogitado a venda do edifício, para dar lugar a um supermercado. Foi nessa época -meados dos anos 60-, que Maurício e Beatriz Segall resolveram alugar o São Pedro.
Lá foi encenada, por exemplo, a peça "Macunaíma" de Antunes Filho.
"O teatro acabou virando um símbolo da época. Apesar de não ser propriamente engajado, apresentava espetáculos que não obedeciam totalmente à censura", afirmou Rita de Cássia Alves Vaz, 48, uma das arquitetas que projetaram a reforma do edifício.
O teatro funcionou por cerca de 12 anos. Depois, entrou em decadência novamente. "Quando chegamos lá, há uns dez anos, para começar nosso trabalho, havia gente morando no São Pedro", conta.
Segundo ela, a maior virtude do teatro são suas proporções. "É um espaço amplo, tem uma ótima visibilidade de todas as partes. Essa é uma característica muito importante para uma casa desse tipo", afirmou a arquiteta.
O trabalho de prospecção mostrou que a pintura original é toda feita em tons de verde e rosa. "Acreditamos que isso esteja relacionado com as cores da bandeira portuguesa, verde e vermelho."

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