São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997 |
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Val Kilmer vira santo em novo filme
ADRIANE GRAU
Desde então, virou Jim Morrison em "The Doors", Batman em "Batman Eternamente" e o piloto Iceman em "Top Gun". Em seu novo filme, "O Santo", que deve estrear no Brasil em maio, ele foi além e usa 12 disfarces diferentes para que o herói Simon Templar consiga cumprir suas missões. Vestindo uma deselegante combinação de terno preto, blusa listrada de vermelho e branco e sandálias, o ator fuma sem parar numa suíte do hotel Mondrian em Los Angeles. Segundo ele, a idéia de inventar tantos alter egos partiu da necessidade de agradar ao público. "Quando não gostam do filme, dizem que não gostam de você", afirma. "Por isso resolvi investir na criação dos disfarces, pois é divertido e todos gostam." Para conquistar o coração da cientista Emma Russell (Elisabeth Shue) em "O Santo", Simon se transforma num intelectual com sotaque britânico e cabelos compridos após ler no diário da moça a descrição do homem ideal. Na verdade, ele só quer roubar a fórmula para a fusão a frio, que pode causar uma revolução energética no planeta. Ou melhor, na Rússia, onde o vilão Ivan Tretiak (Rade Serbedzija) pretende usá-la para chegar ao poder. Como a cientista guarda a fórmula em pedaços de papel acomodados no sutiã, o filme se transforma num misto de ação e romance. Segundo Val Kilmer, as cenas de amor foram inseridas graças aos ensaios e improvisos constantes entre ele e Elisabeth Shue. A atriz afirma que trabalhar com Kilmer foi uma experiência engrandecedora. "Sou exigente a respeito dos atores com quem trabalho e tenho muito respeito por ele", revela Elisabeth. "Quase todas as cenas que temos juntos foram criadas após passarmos horas tentando melhorá-las." Outros que dividiram funções com Kilmer no passado não têm uma opinião tão boa a seu respeito. Marlon Brando, que atuou ao seu lado em "A Ilha do Dr. Moreau", teria dito que ele estava enganado ao pensar que seu talento é tão grande quanto seu salário. O diretor do filme, John Frankenheimer, afirma que jamais contratará Kilmer novamente. George Clooney tomou seu lugar na série "Batman", pois o diretor Joel Schumacher teria se recusado a fazer a sequência com Val. Santo ou pecador? "Você não acha que eu recebo mais artigos negativos do que os outros atores?", indaga Kilmer. "Sério. Joel me ofereceu 'Tempo de Matar' e eu recusei. Reagiu como se eu me recusasse a trabalhar com ele, quando na verdade só não quis ser Batman de novo." Segundo o ator, críticas como essas não o incomodam. "Seriamente falando, é como me perguntar sobre um professor que não gostava de mim na escola." Assim como seu personagem no filme, Val Kilmer parece estar mudando para melhor. O elenco de "O Santo" só tem elogios. "Ele me ajudava soprando falas por trás da câmera e escutava minhas sugestões", afirma Valery Nikolaev, o filho do vilão no filme. Sua coadjuvante Elisabeth Shue reitera os elogios. "Ele tem carinho por seu trabalho; acho que, se tem um ego, esse quer que o roteiro funcione, que o filme se transforme no que deve", diz ela. Texto Anterior: Prédio exibia espetáculos populares nos anos 20 Próximo Texto: Produtora quer sequência Índice |
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