São Paulo, sábado, 29 de março de 1997
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Acusado de mortes está foragido

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

A polícia do Pará procura o segurança João Paraná, principal acusado de liderar o grupo de funcionários da fazenda Santa Clara no conflito em que três trabalhadores rurais foram mortos no dia 13 de janeiro, em Ourilândia do Norte (1.020 km ao sul de Belém).
Paraná foi citado pelo gerente da fazenda, José Mariano Neto, em depoimento ao delegado Roberto Teixeira, da Delegacia de Conflitos Fundiários do Pará.
Mariano Neto foi ouvido no dia 20 de janeiro e declarou ter contratado João Paraná para fazer "serviços de segurança" na fazenda durante 30 dias, por R$ 2.000.
"Ele foi contraditório. Disse que não conhecia Paraná antes do dia 12, quando o contratou às 15h", disse o delegado, que suspeita de que o crime foi premeditado.
Segundo Teixeira, Paraná é conhecido por todos os fazendeiros da região por fazer serviços desse tipo, de retirada de invasores. "É estranho que todo o serviço tenha sido feito em apenas 17 horas, que é o tempo entre sua contratação e a morte dos agricultores", afirmou o delegado.
Teixeira pediu, no dia 21, a prisão preventiva do gerente da fazenda e de Paraná. No dia 27, o juiz João Augusto de Oliveira, de Ourilândia, decretou a prisão preventiva do segurança e negou a do gerente, por considerar que não havia evidências contra ele.
No dia seguinte, o delegado esteve numa fazenda em Tucumã (município vizinho de Ourilândia), que seria de propriedade de Paraná, e localizou oito armas de "grosso calibre" enterradas a dois quilômetros da sede. As armas foram apreendidas.
Segundo o advogado do gerente da fazenda, Gervásio José Camilo, as mortes ocorreram depois que cinco seguranças foram emboscados por cerca de 30 invasores e revidaram.
Os sem-terra mortos não pertenciam ao sindicato de trabalhadores rurais ou ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

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