São Paulo, sábado, 29 de março de 1997
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Lavrador abastece 50 famílias com água de poço

DA FT

Os paulistanos tiveram que criar alternativas para conseguir água ontem, segundo dia de interrupção no abastecimento promovido pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Às 15h, ainda havia cerca de 7,5 milhão de pessoas sem água na capital e outros 10 municípios.
Os moradores da favela Santa Inês, em Ermelino Matarazzo (zona leste), recorreram ao poço que o lavrador aposentado José Eufrásio da Silva, 76 anos, mantém no quintal de sua casa há 18 anos.
"Dei água para mais de 50 famílias nos últimos dois dias. O poço tem 18 metros de profundidade e ainda está com 12 metros d'água. Quando secar, secou."
A dona-de-casa Cláudia Aparecida Damásio, 18, pegou água ontem no poço. "Se não fosse essa água, a gente ia passar aperto."
A babá Angelita Teodoro Mendes, 14, disse que não guardou água e teve que andar 3 km para conseguir encher os baldes.
O gerente do departamento de controle operacional de produção da Sabesp, Amauri Pollachi, disse que o abastecimento começaria a ser normalizado ontem à noite e que estaria quase normal hoje.
As regiões abastecidas pelos reservatórios de Vila Formosa, Artur Alvim (zona leste), Francisco Morato, Osasco e Carapicuíba (Grande SP) só vão ter água na madrugada de amanhã. Esses locais sofrem o rodízio permanente.
Segundo Pollachi, cerca de 13 mil km de canos foram atingidos pelas obras da Sabesp e cerca de 10 mil km ficaram vazios. Ele recomenda que a população evite o "consumo de água de procedência duvidosa", como a de poços e bicas.

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