São Paulo, sábado, 29 de março de 1997
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Mãe de Andréa ouviu os tiros

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A mãe de Andréa, Sara Ellerkmann Sanches, ouviu os disparos contra o carro em que estava a filha. Sara passou a noite acordada, preocupada pela falta de notícias.
A família se comunica pelo pager e Andréa sempre bipava para casa. Quando saiu do bar, no Tatuapé, ela avisou que já estava voltando. "Como demorou, ela (Sara) ficou acordada", disse Miguel Sanches, pai da jovem.
"Quando ouvi os tiros pensei que fosse um tiroteio. Só pedi a Deus que ela não estivesse chegando naquele momento."
"Passei a noite em claro, mas só fui saber o que tinha havido quando a mãe do Adriano esteve em casa às 7h e me disse que a Andréa estava no hospital", disse.
Revolta
A revolta foi a tônica do depoimento dos familiares de Andréa, ontem, no hospital.
"O cara (Almeida) diz que é um profissional, que está há dois anos na polícia, e sai dando tiro desse jeito. A gente já vive fugindo das mãos dos bandidos, agora entra nas da polícia", diz Sanches.
"Se a polícia de São Paulo está assim, vai matar meio mundo", disparou Miguel, que também já foi vítima da violência.
Em 95, ele foi sequestrado por ladrões que roubaram seu carro e jogado num poço, na zona leste.
Outro indignado era Getúlio Sanches, tio da vítima. "Liguei para o governador, ninguém atendeu. Para a corregedoria também." Segundo Getúlio, o Estado terá que indenizar a família.
(MO)

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