São Paulo, sábado, 29 de março de 1997 |
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Livro traz métodos para cobrar consumidores inadimplentes
DANIELA FERNANDES
Foi publicado recentemente o guia prático "Cobrança e Recuperação de Dívidas", de Adriano Blatt, que estabelece uma série de procedimentos para o cobrador profissional conseguir "arrancar" algum dinheiro do devedor. O livro tem o cuidado de separar os vários tipos de inadimplentes: o verdadeiro mau pagador (que se esquiva a pagar ou desaparece); o mau pagador ocasional (que não pagou em razão de um problema) e o crônico (o que sempre atrasa, mas acaba pagando). E informa sobre os cuidados necessários que o cobrador deve ter para recuperar uma dívida, definidos pelo Código de Defesa do Consumidor. A lei proíbe que o inadimplente seja ameaçado ou coagido a pagar. Ou seja: os métodos de cobrança, que podem ser por correspondência, telefone ou visita pessoal do cobrador, devem levar isso em conta. Para Blatt, o cobrador "duro" é aquele que pensa "se o cliente não gosta do jeito que negociamos a dívida, o problema é dele". O autor tenta definir um perfil intermediário para o credor. Nem insensível e muito menos "bobalhão". Ele deve ser "duro", no sentido de ter estratégias e respostas para cada tentativa do consumidor em refutar o pagamento. "Ser pessoal e amigável, oferecer alternativas e fortificar uma auto-imagem positiva do devedor" são alguns dos conselhos. Mas grandes concessões ao inadimplente só devem ser feitas quando ele tiver e executar um plano de recuperação da dívida. A idéia é sempre conseguir que ele pague, seja por meio de planos de amortização ou outras formas de pagamento. "Tentar obter, no mínimo, um pagamento simbólico, para romper a inércia do devedor", diz Blatt. No caso de cobranças por telefone, por exemplo, o cobrador deve planejar suas perguntas e, sobretudo, deixar o devedor falar. "Não interrompa. Reaja às respostas, não ao cliente." O livro traz ainda esclarecimentos da legislação sobre duplicatas, letras de câmbio, entre outros títulos executivos. E fala dos procedimentos legais de penhora, protesto, falência etc. Ele é útil também para o devedor, já que ele poderá saber as técnicas dos cobradores e estar informados de seus direitos. Texto Anterior: Jornal destaca ousadia do HSBC Próximo Texto: Preços continuam a subir em São Paulo Índice |
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