São Paulo, sábado, 29 de março de 1997 |
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Judeus poderão interferir em novela
DA REPORTAGEM LOCAL A partir de segunda-feira, a comunidade judaica tem uma canal para fazer comentários, sugestões ou reclamações sobre a forma que é retratada na TV.A revista carioca "Identidade" vai colocar o telespectador em contato com Alcides Nogueira, 47, autor de "O Amor Está no Ar", que estréia segunda, às 18h, na Globo. A novela tem um núcleo judaico, os Schneider. "Vi 'Explode Coração', que mostrava os ciganos, fiquei pensando que não gostaria que o mesmo acontecesse com os judeus, que os ridicularizassem daquela forma", diz Renato Aizenman, 30, editor da revista. "Quando soube que uma novela iria retratar os judeus, tinha duas opções: ficar reclamando ou tomar providências para ajudar. Daí veio a idéia", explica. Aizenman entrou em contato com Nogueira e decidiu abrir um canal de troca de informações entre telespectador e autor. "Toda essa iniciativa está sendo possível porque o Alcides está muito aberto. Ele sabe que não está imune aos erros. O papel da 'Identidade' vai ser de um catalisador de sugestões e opiniões." Nogueira acha "fantástico" poder ter esse debate com a comunidade. "Sei que o tema é sujeito a controvérsias. Então esse canal serve como balizador para que eu possa levar ao ar os ritos, os costumes e os pensamentos do povo judeu com fidelidade." Segundo Aizenman, os judeus sempre foram muito mal retratados na TV brasileira. "Aquele personagem Samuel Blaunstein (de 'A Escolinha do Professor Raimundo') é um estereótipo, uma figura nefasta, mostrando o judeu como o estrangeiro, não integrado ao país." O público poderá mandar seus comentários por caixa postal (13.708, CEP 20217-970, Rio de Janeiro), por telefone ou fax (0800-22-14-14), ou pelo site da publicação na Internet (www.identidade.com.br). "Identidade" é uma revista bimestral, voltada para assuntos judaicos, como a política no Oriente Médio e situação dos judeus por todo o mundo. Ela detém os direitos de publicação no Brasil do jornal "The Jerusalem Post" e da revista "The Jerusalem Report". "Nossa idéia é ser um elo para os judeus brasileiros que estão se distanciando da cultura judaica", afirma Aizenman. Texto Anterior: Globo erra ao anunciar os filmes para 97 Próximo Texto: Bienal tem 2º maior média de público Índice |
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