São Paulo, sábado, 29 de março de 1997
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"Bibi" exige que Arafat controle terror

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro israelense, Binyamin 'Bibi' Netanyahu, disse que só vai retomar as negociações de paz se as autoridades palestinas mostrarem que pretendem controlar com rigor o "terrorismo".
"Nós queremos ação imediata, mas que não dure apenas um ou dois dias", disse Netanyahu depois de uma reunião com Dennis Ross, mediador norte-americano das conversações sobre paz entre Israel e palestinos.
No entanto, os palestinos reafirmam que a única maneira de amainar a crise é fazer com que Israel pare as obras de construção de um conjunto habitacional para judeus em Jerusalém oriental.
Depois do encontro com Ross, o negociador palestino Saeb Erekat disse que procurou deixar bem claro que "a crise é grave e que apenas o fim imediato das obras em Jerusalém oriental vai evitar que o processo de paz termine".
Os palestinos reivindicam o leste de Jerusalém como sua futura capital. Depois que foi anunciado o início da construção das casas, as conversações foram interrompidas, e um atentado reivindicado pelo Hamas matou quatro pessoas em Tel Aviv.
Israel acusa Arafat de ter dado, tacitamente, "sinal verde" aos militantes palestinos. A Autoridade Nacional Palestina nega a acusação de ter relaxado o controle de sua polícia sobre terroristas.
Ontem, em Hebron, choques de rua deixaram 25 palestinos feridos. Foi o nono dia de manifestações e confrontos. Os manifestantes atiravam pedras em soldados israelenses, que reagiram com tiros de bala de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Também houve protestos nas cidades de Jerusalém e Ramallah.
Mas, num indício de que os palestinos queiram evitar o agravamento da crise, Iasser Arafat ordenou que fosse adiada uma manifestação conjunta da Al Fatah e de militantes islâmicos.
A polícia palestina também deu alguns sinais de que está procurando conter os manifestantes, como fez ontem em Ramallah.
Mais assentamentos
O ministro da Defesa de Israel, Yitzhak Mordechai, autorizou um projeto de construção de 1.555 casas para colonos judeus na Cisjordânia. A informação é do jornal israelense "Haaretz".
As casas seriam construídas no assentamento de Givat Zeev, no norte de Jerusalém. Segundo o "Haaretz", o início das obras ainda vai demorar meses.
O porta-voz do ministério da Defesa, Avi Benayahu, não confirmou ou negou a informação à agência "France Presse".
O movimento israelense Paz Agora disse que a construção de mais casas é uma "provocação".

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