São Paulo, domingo, 30 de março de 1997 |
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Fazendeiro tem gleba na região
JOÃO BATISTA NATALI
Em dezembro de 1992, sentença judicial fez dele proprietário por usucapião. O episódio não teria desdobramentos caso suas terras não estivessem localizadas bem no umbigo de um território costumeiramente ocupado por uma comunidade de quilombo. "Se for para me desapropriarem, será uma longa discussão na Justiça", diz o fazendeiro, que plantou a área com capim branqueado, e cria nela 105 cabeças de gado nelore. Seu caso é relativamente simples, no "imbroglio" de terras e escrituras que envolve o Vale do Ribeira, no interior paulista. Segundo levantamento realizado pelo Instituto de Terras da Secretaria da Justiça de São Paulo, o quilombo de Nhunguara poderia dormir tranquilo, porque está sob terras devolutas, e bastaria agora ao Estado transferir a seus ocupantes o direito de posse. Cercas e limites Acontece que o 55º Perímetro de Apiaí, onde está localizado, teve a demarcação interrompida porque vizinhos e posseiros discutem cercas e limites. Ivaporunduva é o caso mais complicado. Uma parte das terras seria inundada, caso se construa a hidrelétrica de Batatal. Outra parte está localizada dentro do Parque Intervales, que é reserva ecológica. Nos dois perímetros seguintes do mesmo quilombo do interior de São Paulo, há terras reconhecidamente particulares, com títulos legítimos registrados em cartório, e mais terras do Estado ou outras reivindicadas por posseiros. (JBN) Texto Anterior: Hidrelétrica ameaça terras Próximo Texto: Benedita, 84, se tratou até os 60 com 'ervas' Índice |
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