São Paulo, domingo, 30 de março de 1997
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Toda mulher tem direito a filho, diz grupo

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Rede Nacional Feminista, que reúne 130 entidades não-governamentais e centros universitários, defende a maternidade como um direito inalienável de toda a mulher. Estão incluídas as portadoras de qualquer deficiência e mesmo as mães soropositivas.
"Depois de completamente informada sobre as dificuldades e consequências, a mulher tem o direito de escolher", afirma Eleonora Menicucci, da Rede Feminista e da Unifesp.
"Os serviços de saúde e os profissionais deverão acatar sua decisão", diz Eleonora.
No caso de mães que são soropositivas, 25% delas poderão ter filhos com o HIV.
Muitas delas morrerão quando a criança ainda estiver pequena. Ainda assim, caberá a ela decidir. "A mãe pode querer o filho como continuidade dela própria. É um direito que ninguém pode tirar dela", afirma.
Nova percepção
Dorina Nowill, fundadora e presidente da fundação que leva seu nome, criou cinco filhos depois de ficar cega aos 17 anos.
"A deficiência pode dificultar, mas não impedir a criação dos filhos", afirma. Quem não pode enxergar, usa outras formas de percepção, diz.
Mas ela reconhece que há muito preconceito com os portadores de deficiências, por isso sempre defendeu a integração deles desde a pré-escola. "Eles devem ser educados junto com todos os outros. Isso traz benefícios para todos."
Se essa prática fosse adotada no cotidiano de todas as instituições, os deficientes não sofreriam discriminação, afirma.
"O deficiente tem desejos e direitos sexuais e reprodutivos como qualquer outra pessoa, mas nem a sociedade nem o Estado estão preparados para isso."
(AB)

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