São Paulo, domingo, 30 de março de 1997 |
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Homens 'enfrentam' a cozinha na Páscoa
SUZANA BARELLI
O cardápio, escolhido com antecedência, promete. Afinal, são homens de negócios que chegaram à cozinha por hobby. Aprenderam a arte em cursos ou, simplesmente, observando amigos e trocando receitas, inclusive com as mulheres. Depois, por competência, conquistaram o almejado título de "chef de cuisine". "Devo preparar um cordeiro. É uma carne que aprecio muito", disse no início da semana passada Enio Federico, 64, diretor da Eximport. Federico, que cozinha desde os 30 anos, é um dos 24 membros do Clube de Babette -confraria em que empresários trocam suas receitas francesas e italianas semanalmente. O cardápio do advogado Paulo Reis, definido há dez dias, tem como prato principal um coelho à caçadora. "Gosto de comer bem e trata-se de um almoço para a família e amigos." O cirurgião plástico Luiz Paulo Barbosa planeja um pernil de vitela com purê de feijão preto como acompanhamento para o almoço. O purê de feijão preto é semelhante à feijoada, só que batido no liquidificador, explica Barbosa, que também é sócio de outra confraria "gourmet" -a Sociedade Mimo Culinário, que se reúne quinzenalmente para cozinhar e trocar receitas. Hobby Com o cardápio definido, eles se preparam para curtir o hobby culinário, conquistado com algum esforço. "Não era comum os homens cozinharem. A gente até escondia o hábito", diz Federico. Hoje, ele "confessa" que a cozinha é "uma grande curtição" e uma forma de sair dos problemas do dia-a-dia. "É uma forma de descarregar as tensões." Aluísio Quintanilha, presidente da Abima (reúne os fabricantes de massas), só vai à cozinha quando tem vontade e pode contar com a companhia da filha Maria Silvia, 14, sua ajudante na culinária. "Cozinhar é um ato familiar. Gosto de criar pratos e aumentar o convívio com minha filha", diz ele, que planeja fazer para hoje um "penne" com frutos do mar. O médico Barbosa diz que aprendeu a gostar de cozinhar vendo a mãe e a avó preparando quitutes. "Hoje, sou apaixonado e curto comprar acessórios culinários." Recentemente, Barbosa teve de pagar excesso de bagagem porque se empolgou e comprou diversas panelas de cobre numa cidadezinha francesa. Texto Anterior: Revisão do seguro do SFH ainda demora Próximo Texto: Mostre talento no almoço Índice |
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