São Paulo, domingo, 30 de março de 1997 |
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Asean pode ser caminho para latinos
GILSON SCHWARTZ
No Brasil, as relações com a Asean têm sido pouco destacadas. Talvez a mais importante oportunidade surgida até hoje para discutir o tema, entretanto, acontece na próxima quinta-feira, no auditório da Folha, às 18 horas. Estará presente ninguém menos que o secretário-geral da entidade, o embaixador Dato Ajit Singh. O detalhe curioso é que Singh foi embaixador da Malásia no Brasil entre 85 e 89 (acumulando a representação junto a Bolívia, Peru, Colômbia e Venezuela). O evento está sendo promovido em conjunto com o Centro de Estudos Estratégicos (CEE) da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e com a Sociedade Brasileira de Estudos sobre Japão e Pacífico (SBEJP). Além da presença do secretário-geral da Asean, o evento reunirá alguns dos maiores especialistas em questões asiáticas no Brasil. A Asean foi criada em agosto de 1967 em Bancoc, Tailândia, por cinco países: Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Tailândia. Brunei juntou-se ao grupo em 84 e, em 95, o Vietnã entrou. A instituição fixava três objetivos: promoção do desenvolvimento, defesa da estabilidade política e criação de um foro intra-regional para questões de segurança. Trinta anos depois, os países da Asean respondem por um comércio (importações e exportações) da ordem de US$ 550 bilhões. Um dos aspectos da Asean é a aproximação entre as questões econômicas e a busca de um contraponto na área de segurança. No panorama dos sistemas econômicos regionais atuais, a associação projeta um modelo de integração entre potências médias que lembra o próprio Mercosul. Mas a diferença é econômica: as nações do Sudeste Asiático cresceram nos últimos dois anos a uma taxa anual de 7,5%. Como bloco, a Asean ocupa o quarto lugar no comércio internacional. Ou seja, a região desafia a crença no fim dos modelos de crescimento rápido. Vários países seguiram uma estratégia que ficou conhecida como "substituição de exportações". Com a desvalorização das matérias-primas nos anos 60 e 70, houve forte investimento para a criação de capacidade exportadora. Num momento em que já não basta discutir a estabilização, mas sim uma agenda de desenvolvimento, as palavras de Ajit Singh podem ser mais que oportunas. Texto Anterior: A estabilização e o desenvolvimento Próximo Texto: Atacado e varejo Índice |
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