São Paulo, domingo, 30 de março de 1997
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Asean pode ser caminho para latinos

GILSON SCHWARTZ
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, segundo a sigla em inglês) estará, de acordo com o Banco Mundial, entre os cinco maiores centros econômicos do mundo no ano 2020. Os outros serão o Nafta, a União Européia, a China e o Japão.
No Brasil, as relações com a Asean têm sido pouco destacadas.
Talvez a mais importante oportunidade surgida até hoje para discutir o tema, entretanto, acontece na próxima quinta-feira, no auditório da Folha, às 18 horas. Estará presente ninguém menos que o secretário-geral da entidade, o embaixador Dato Ajit Singh.
O detalhe curioso é que Singh foi embaixador da Malásia no Brasil entre 85 e 89 (acumulando a representação junto a Bolívia, Peru, Colômbia e Venezuela).
O evento está sendo promovido em conjunto com o Centro de Estudos Estratégicos (CEE) da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e com a Sociedade Brasileira de Estudos sobre Japão e Pacífico (SBEJP).
Além da presença do secretário-geral da Asean, o evento reunirá alguns dos maiores especialistas em questões asiáticas no Brasil.
A Asean foi criada em agosto de 1967 em Bancoc, Tailândia, por cinco países: Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Tailândia. Brunei juntou-se ao grupo em 84 e, em 95, o Vietnã entrou.
A instituição fixava três objetivos: promoção do desenvolvimento, defesa da estabilidade política e criação de um foro intra-regional para questões de segurança.
Trinta anos depois, os países da Asean respondem por um comércio (importações e exportações) da ordem de US$ 550 bilhões.
Um dos aspectos da Asean é a aproximação entre as questões econômicas e a busca de um contraponto na área de segurança.
No panorama dos sistemas econômicos regionais atuais, a associação projeta um modelo de integração entre potências médias que lembra o próprio Mercosul.
Mas a diferença é econômica: as nações do Sudeste Asiático cresceram nos últimos dois anos a uma taxa anual de 7,5%. Como bloco, a Asean ocupa o quarto lugar no comércio internacional. Ou seja, a região desafia a crença no fim dos modelos de crescimento rápido.
Vários países seguiram uma estratégia que ficou conhecida como "substituição de exportações".
Com a desvalorização das matérias-primas nos anos 60 e 70, houve forte investimento para a criação de capacidade exportadora.
Num momento em que já não basta discutir a estabilização, mas sim uma agenda de desenvolvimento, as palavras de Ajit Singh podem ser mais que oportunas.

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