São Paulo, domingo, 30 de março de 1997
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Japão agora pesca "à americana"

The Wall Street Journal de Nova York

DO "THE WALL STREET JOURNAL"

Mesmo para um país que absorveu criações tão típicas da cultura norte-americana como o golfe e a música "grunge", os japoneses estão se superando agora com uma nova moda, diz o "Journal".
Executivos, servidores públicos e outros profissionais aderiram à "Bassu Boomu" (algo como "explosão do 'bass'", em referência ao peixe de água doce dos EUA chamado "perca" em português).
Os primeiros exemplares foram trazidos anos atrás por um empresário fanático por pesca, que os jogou em lagos. Eles se espalharam pelo país e eram considerados uma espécie de peste. Eram.
Embora a pesca não seja novidade para o país que deu o sushi ao mundo, filmes como "Nada é Para Sempre" contribuíram para criar a moda, diz o "Wall Street".
A novidade deixa comerciantes e artesãos mais felizes. Eles estão aproveitando a nova onda para vender mais artigos de pescaria.
"Para os consumidores, a pesca aqui tem de ser igual à dos EUA", diz Yoshiaki Kuratsune, porta-voz da importadora de equipamentos para pesca Hartman Co. A empresa tem motivos de sobra para comemorar: o volume de vendas aumentou 45% desde 1994.
Em outra loja, a Karil Bait, as vendas também cresceram graças aos pescadores de final de semana.
Yasumasa Horiuchi é um dos novos clientes. O engenheiro de 32 anos já se considera craque no esporte: pode explicar, entre outras coisas, as vantagens de usar esse ou aquele tipo de isca.
A única coisa que ele não sabe explicar é o porquê de estar à beira de um lago em um domingo ensolarado com equipamentos que lhe custaram mais de US$ 1.000.
"É difícil dizer exatamente o motivo", disse Horiuchi ao "Wall Street Journal". "Acho que é porque está na moda."
Mas o engenheiro não está sozinho em sua opção dominical. Torneios amadores de pesca, geralmente aos domingos, estão se tornando cada vez mais populares.
Para participar das competições, muitas vezes os adeptos do esporte levam seus próprios barcos.
Aqui, mais uma vez, vencem os norte-americanos: a preferência vai para os barcos com a grife "made in USA".
Kenichi Inoue, vencedor do último torneio, usou um importado dos EUA que custou US$ 24 mil.

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