São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
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Fiesp terá centro cultural no andar térreo

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, prepara-se para realizar obra para marcar sua gestão, que termina em meados de 1998.
Vai mudar a cara do tradicional prédio da Fiesp na avenida Paulista, com a criação de centro cultural nos pisos do térreo.
Quer ficar conhecido como o presidente da Fiesp que priorizou educação e cultura. "Vai ficar chuchu beleza"', disse, em raro momento de informalidade.
Serão gastos cerca de R$ 4,8 milhões no projeto, do arquiteto Paulo Mendes da Rocha.
Aprovado na última reunião da diretoria executiva da Fiesp, o projeto de centro cultural encontrou resistências de empresários desde que foi a debate na diretoria, no final do ano passado.
Oficialmente, a Fiesp garantia que o projeto já havia sido aprovado em 96. Mas a grita dos descontentes foi forte. Ele voltou ao debate e acabou aprovado, por 106 votos a 8, segundo Moreira Ferreira.
"Vamos ter eleições aqui no ano que vem e existem alguns que gostam de marcar uma posição a respeito do assunto. Isso é natural, é democrático, e eu não me aborreço não", disse Moreira Ferreira, comemorando a votação.
Recursos
Moreira Ferreira admite que a arrecadação do sistema Fiesp, Ciesp, Sesi e Senai caiu 20% no ano passado sobre 95.
"Mas existem ganhos em outras áreas. Por exemplo, vendemos rede de supermercados que nos dava prejuízos mensais enormes."
Não quis revelar números sobre os prejuízos. "Prefiro não me chocar com a gestão anterior."
Moreira Ferreira argumenta que tem os recursos disponíveis para o projeto de centro cultural.
"Não vou precisar de financiamento de ninguém. Não vou deixar a dívida para o sucessor."
Segundo ele, o orçamento do sistema é de R$ 650 milhões e qualquer Centro de Atendimento ao Trabalhador requer gastos superiores aos R$ 4,8 milhões estimados para o centro cultural.
A idéia é habilitar o projeto a receber aplicações de empresas, que poderão se beneficiar de incentivos fiscais da Lei Rouanet (IR) e Mendonça (IPTU e ISS).
"Não se trata de discutir o valor econômico. Trata-se de dizer que é uma importante obra para a área cultural, que é também minha obrigação", diz Moreira Ferreira.

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