São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
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Países árabes planejam boicotar Israel

Palestinos controlam protestos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os países árabes podem retomar o boicote econômico a Israel e congelar a normalização de suas relações com o país.
A iniciativa foi aprovada num encontro de ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe no Cairo, capital do Egito. O objetivo é fazer com que os israelenses retrocedam em sua decisão de construir casas para judeus em Jerusalém oriental.
O início das obras provocou uma onda de confrontos entre palestinos e tropas de Israel e a interrupção das negociações de paz.
Até as 19h de ontem, não havia detalhes do texto aprovado pelos chanceleres, mas uma proposta que circulava dizia que, além do boicote e do congelamento, os países árabes fechariam representações e missões israelenses e abandonariam negociações.
A resolução agora será analisada pelos governos de cada país. Não estava clara a posição daqueles que têm acordo de paz com Israel -Egito e Jordânia.
Em Jerusalém, um porta-voz da chancelaria israelense classificou de "absurda" a resolução.
Intervenção palestina
A polícia palestina procurou ontem evitar choques mais graves entre manifestantes e o Exército de Israel na Cisjordânia.
"Acho que a maioria das forças palestinas, os policiais, estão trabalhando conosco contra a violência na área", disse Yitzhak Mordechai, ministro da Defesa de Israel.
Ainda assim, confrontos entre atiradores de pedra e soldados prosseguiram ontem pelo 11º dia consecutivo. Um palestino morreu nos choques de sábado.
Um porta-voz do Exército israelense disse que dez membros das forças de segurança e dois civis israelenses foram feridos ontem.
Munzar Sharif, vice-ministro da Saúde da administração palestina, informou que os incidentes na Cisjordânia deixaram 52 palestinos feridos, elevando a pelo menos 460 o número de vítimas da violência desde o início dos confrontos.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, havia exigido no sábado que Iasser Arafat, presidente da Autoridade Nacional Palestina, "controlasse os terroristas" palestinos para que fossem retomadas as negociações.
O premiê voltou ontem a acusar Arafat de relaxar o controle sobre os militantes palestinos, o que teria facilitado a ação dos terroristas do Hamas. Arafat reagiu perguntando: "o que é isso, uma declaração de guerra?".
Os palestinos negam que tenham dado sinal verde aos terroristas depois que Israel iniciou a construção do assentamento em Jerusalém oriental. Essa parte da cidade é reivindicada pelos palestinos como capital de seu eventual Estado.
Na manhã de ontem, mais de 2.000 palestinos da cidade de Beit Sahur compareceram ao enterro de Abdullah Khalil, estudante morto por tropas israelenses em Ramallah, no sábado.

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