São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
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CRIME NA ESCOLA

Segundo dados da Secretaria Municipal de Educação, o deslocamento de 1.940 guardas civis metropolitanos para cuidar da segurança da rede municipal de ensino desde o início de 1997 ainda não foi suficiente para reduzir a criminalidade nas escolas, sobretudo o tráfico de drogas.
Hoje, indivíduos insociáveis, traficantes e criminosos em geral querem impor a sua lei. Ameaçam fisicamente diretores e professores que reprovam alunos e que tentam impor a disciplina desejável numa escola. Com suas intimidações querem, ademais, que seja franqueado a indivíduos armados ou portadores de drogas o acesso ao edifício escolar.
É evidente que tal situação é um caso de polícia. Não há diálogo diante de ameaças de morte e da exigência de tornar a escola um território livre para o narcotráfico. Essas atitudes precisam ser simplesmente reprimidas pela força policial.
Mas, para evitar que a criminalidade se enraíze nas escolas, é preciso um trabalho mais amplo.
Experiências americanas em regiões urbanas degradadas mostram que o trabalho de integração da comunidade à escola produz bons resultados. A idéia é fazer com que moradores de locais problemáticos vejam a escola como um ambiente em que podem ser realizadas atividades que tornarão sua vida mais agradável, seja por meio do esporte ou de cursos alternativos, por exemplo.
Tenta-se, desse modo, marginalizar os marginais. Isto é, fazer com que os estudantes, seus familiares e até a comunidade em geral se ocupem de maneira a que não sobre espaço para a atuação muitas vezes sedutora dos criminosos. Tal iniciativa ajudaria também a organizar a comunidade para reivindicar melhores condições de vida -mais policiamento ou atendimento social.
Projeto semelhante, mas não especificamente numa escola, deu ótimos resultados no morro da Mangueira, no Rio de Janeiro. Além de chamar a polícia, trata-se também de repensar o modelo segundo o qual as escolas públicas podem colaborar no aprimoramento da vida social.

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