São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
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Hungria de Árpád Gõncz sonha com União Européia

Na busca da modernização, país vive período de dificuldade

ARTHUR NESTROVSKI
DO ENVIADO ESPECIAL À HUNGRIA

Um plano para conceder benefício social a trabalhadores temporários da indústria e comércio; negociações em Bonn sobre a almejada integração da Hungria à Otan e à União Européia; detalhes sobre a manifestação do partido de extrema direita, que reuniu 50 mil pessoas na Praça dos Heróis (o governo só conseguiu reunir mil, no mesmo dia 15 de março, data nacional da Hungria); reportagens sobre a violência nos estádios e os cantos neonazistas de torcedores do FTC; resenhas de "Evita", "Fargo", "Kids" e "O Povo Contra Larry Flint"; propostas para uma nova lei de crédito imobiliário em bancos: essas foram algumas das notícias da semana passada, nos jornais da Hungria.
A situação do país lembra em alguns aspectos a do Brasil de poucos anos atrás: inflação alta, salários baixos, burocracia excessiva, balança comercial negativa, produção insuficiente e de qualidade inferior, desesperança com os políticos. Mas é muito distinta em outros: é uma população quase exclusivamente de classe média, por tradição e formação, se não pelos rendimentos. A história política é outra. A geopolítica também: a Hungria, potencialmente, tem lugar no centro real e simbólico das coisas, bem como no centro geográfico do continente.
No ano que vem, há eleições. Muitos acreditam na vitória do Partido Democrata Jovem, que daria, dizem seus simpatizantes, outro sopro de vida ao atual programa. A extrema direita, liderada por István Csurka (o Le Pen húngaro), é mais um motivo de vergonha do que propriamente de temor; embora temor nunca seja demais nesses casos, nessa parte do mundo.

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