São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
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Goulash verdadeiro não é um picadinho

Receita é adaptação de sopa de vaqueiros

ARTHUR NESTROVSKI
DO ENVIADO ESPECIAL À HUNGRIA

O mundo inteiro conhece o "goulash", prato nacional da Hungria. Na verdade, não se trata do "gulyás" húngaro, mas de outro prato, o "põrkõlt", um ensopado de porco.
A palavra "gulyás" quer dizer "vaqueiro"; o legítimo "Székely-gulyás" é uma versão aprimorada por József Székely -advogado de Budapeste, no século 19- da sopa dos vaqueiros, preparada ao ar livre.
Ingredientes: 300 g de porco bem tenro (várias partes), 300 g de filé, 250 g de cebola rosada, 100 g de banha, 300 g de bacon, 15 g de páprica fina (doce e forte), cominho, um dente de alho, 1,2 kg de chucrute, 160 g de páprica inteira (vagem), 20 g de farinha, 0,5 l de nata ("sour cream"), sal, luzendro ("dill") picado.
Modo de preparar: Corte a carne em cubos de 2 a 3 cm de largura. Misture o filé com as cebolas fritas previamente, de leve, na banha. Doure de leve também a carne de porco e o bacon. Abaixe o fogo e misture rapidamente às cebolas (já não muito quentes) um pouco de cominho, páprica e o dente de alho espremido. Acrescente a carne (mas não bote sal!) e deixe dourando. Adicione água; não deixe ferver, só cozinhar em fogo brando nos sucos da carne e temperos. Lave o chucrute; guarde a água, para ajustar o sabor mais tarde. Quando a carne estiver meio cozida, reduza o caldo até que só reste a gordura da fritura. Acrescente o chucrute e a vagem de páprica, cortados em cubos. Misture, adicione 0,5 l da água do chucrute; cubra, mantenha em fogo baixo. Acrescente a farinha com um pouco de "sour cream". Aqueça até a fervura, despeje o resto do "sour cream" e polvilhe por cima o "dill", picado fino. Tudo isso aquecido de novo, no dia seguinte, é ainda melhor...
Para os húngaros, é inconcebível comer "guylás" sem comer depois "turóscsusza tepertõvel", uma massa com molho de ricota quente e pedacinhos de bacon. Para outros estômagos, nascidos mais a oeste, pode-se passar diretamente aos doces -que, ao contrário do que se imagina, são leves e não muito doces, verdadeiras glórias da cozinha européia. "Guylás" e doces vêm acompanhados do Tokaj, "o rei dos vinhos e o vinho dos reis".
(AN)

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