São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997
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Paulo Afonso defende as operações com títulos

LUCIO VAZ; CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O chefe da Casa Civil do governo de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira, diz que não há provas contra o governador: "O que existe contra Paulo Afonso? Nada. Existem indícios".
Segundo ele, a verba que não foi utilizada para pagar precatórios foi usada "em benefício da população, em obras e ações administrativas nas áreas de saúde, educação e saneamento".
Questionado se os recursos não teriam que ser usados para pagar precatórios, disse: "Os R$ 140 milhões estão no caixa único. Mas, se aparecerem precatórios, o governo tem que pagar".
Lembrado de que só poderiam ser emitidos títulos para pagar precatórios até 88, afirmou: "É a única coisa que pode envolver o governador. Mas a emissão foi aceita pela Assembléia, pelo Senado e pelo Banco Central". Contestou a suposta falsificação de documentos. "Eles têm que provar. Cadê o documento?".
Moreira disse que o afastamento dos tucanos acabará mesmo ocorrendo. "Mais cedo ou mais tarde o PSDB vai desembarcar do governo. Agora, todo ato político vai desembocar nas eleições. Eles têm um projeto para 98."
O chefe da Casa Civil disse que o PSDB não deverá ser oposição, e sim adotar uma postura independente.
Maluf
O governador Paulo Afonso disse ontem, por meio de sua assessoria, que não fará críticas a nenhum dos envolvidos no caso dos precatórios enquanto não existir prova concreta de que houve ilegalidade.
Em resposta às declarações do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PPB), segundo as quais Santa Catarina e outros Estados pagaram deságios "pornográficos" na emissão de títulos, disse preferir não "polemizar".
Mas o governador defendeu o pagamento da comissão de R$ 33,2 milhões ao Banco Vetor, que preparou o lançamento dos títulos. Ele disse que a comissão foi negociada com base em contratos assinados por outros Estados, de acordo com o mercado.
Viera disse que, segundo o BC, Santa Catarina foi o Estado que pagou o menor deságio.
Ele deu a primeira entrevista desde que chegou dos Estados Unidos, na sexta-feira passada, após inaugurar o Centro de Atendimento às Vítimas de Crimes, no centro de Florianópolis.
Antes de viajar aos Estados Unidos, o governador tinha sido mais crítico em relação ao ex-prefeito de São Paulo, que até então não lhe havia atacado.
Vieira disse, há cerca de dez dias, que o "Paulo que merecia ser investigado era o Maluf e não o Vieira".
(LUCIO VAZ e CARLOS ALBERTO DE SOUZA)

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