São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997
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Gols de Tostão

JUCA KFOURI

Não satisfeito em ser o comentarista que é na Band, Tostão amplia sua área de atuação na imprensa brasileira. Há algum tempo, ele já vem fazendo saborosa dupla com Reinaldo, no jornal mineiro "Diário da Tarde".
E, a partir do último domingo, passa a engrossar (melhor seria dizer afinar) a equipe de colunistas do "Jornal do Brasil", escrevendo no mesmo dia que Zagallo.
Com Reinaldo, Tostão jamais jogou. Com Zagallo, só jogou porque a torcida e a imprensa gritaram. Independente, Tostão é também dos que gritam, mesmo que ao suave estilo mineiro -o que, com frequência, é mais eficaz.
Em sua estréia no "JB", Tostão marcou pelo menos dois golaços. O primeiro ao pedir a escalação de Leonardo como segundo volante na seleção brasileira, a fim de abrir mais uma vaga para um craque no meio-campo, algo tão sensato como corajoso.
O segundo ao perguntar que campeonato de Primeiro Mundo é esse Paulistão, cuja tabela não tem lógica e cujo regulamento não privilegiará, necessariamente, o melhor time como o campeão. Para ele, o Paulistão é "perfumaria".
Bem-vindo, grande Tostão!
*
Interessante levantamento do jornal argentino "Clarin" sobre o televisionamento de jogos de futebol no país de Maradona: entre os 20 programas mais vistos do ano passado, nada menos que 17 foram partidas de futebol; dos 15 de maior audiência em janeiro deste ano, 14 também tinham a bola rolando.
O Boca Juniors é o grande campeão, com 12 de suas 13 partidas deste ano transmitidas ao vivo.
E a tendência é de crescimento. Basta dizer que nos três primeiros meses de 1997 foram transmitidas 426 horas de futebol ao vivo, 40% a mais do que no mesmo período no ano passado.
Ou seja, um fanático que quisesse ver tudo -e aí, é claro, estão incluídos desde os campeonatos europeus e sul-americanos até os torneios juvenis etc.- passaria 17 dias diante da telinha, sobrando-lhe apenas 18 horas para, como diz o jornal, "disfrutar".
Mais que nunca é apropriado repetir a grande frase do irlandês Bill Shankly, que foi técnico e manager do Liverpool. "Futebol não é uma questão de vida ou de morte. É muito mais importante que isso."
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Com Mirandinha escalado, fica menos difícil no Mineirão.

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