São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
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Detentos fazem 14 reféns em Fortaleza

DA AGÊNCIA FOLHA EM FORTALEZA; DA FOLHA VALE

Um grupo de presos se rebelou ontem pela manhã no IPPS (Instituto Penal Paulo Sarasate), em Eusébio (região metropolitana de Fortaleza/CE).
Até as 18h30 de ontem, seis presos mantinham 14 pessoas como reféns na sala da diretoria do presídio. Três policiais militares e dois presos foram feridos a tiros no início da rebelião (11h).
Os feridos foram internados no Hospital Instituto José Frota, em Fortaleza. Um deles estava em estado grave na tarde de ontem.
Entre os reféns está o diretor do presídio, coronel francisco Crisanto Gomes, e pelo menos oito advogados de presos. O grupo de reféns era formado inicialmente por 17 pessoas, mas três foram liberadas durante a tarde de ontem.
O secretário da Justiça do Ceará, Paulo Duarte, disse que a rebelião ocorreu durante uma visita rotineira dos advogados aos seus clientes presos.
Duarte afirmou que os rebelados estão armados com quatro revólveres e uma escopeta.
Os reféns estavam presos numa sala, cercada por colchões molhados com gasolina. Segundo o secretário, o diretor da prisão estava amarrado a um botijão de gás.
Os seis detentos exigiam dois carros blindados, três Omegas e 20 escopetas para liberar os reféns. Eles ameaçavam explodir a sala.
O IPPS é o principal presídio do Ceará e ocupa cerca de 800 das 1.000 vagas disponíveis.
Guaratinguetá
Os 111 presos amotinados da cadeia pública de Guaratinguetá (177 km de SP) libertaram ontem pela manhã dois guardas mantidos como reféns e encerraram uma rebelião de 17 horas, iniciada durante uma missa especial de Páscoa.
A cadeia tem 182 presos e capacidade para apenas 64. As celas terão de ser parcialmente interditadas. Os presos queimaram 9 das 16 celas da cadeia, além de quebrar paredes e portas internas. Os presos concordaram em soltar os reféns depois da promessa de transferência de parte dos detentos para outras cadeias do Vale do Paraíba, segundo o diretor da unidade, Homero Vilela.

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