São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
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Comércio tem recorde de maus pagadores

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

A inadimplência dos consumidores durante o mês de março registrou novo recorde, segundo divulgou ontem a Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O número de carnês de pagamento com atraso superior a 30 dias registrado pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) atingiu a marca de 275.915, o que representa aumento de 65% em relação a março de 96.
O recorde anterior da série histórica foi registrado em abril de 95, com 245.494 registros recebidos.
Ele ressalta que a base pesquisada é maior, já o que o número de consumidores cresceu muito no período graças às facilidades de financiamento e redução das taxas de juros.
Segundo ele, em abril de 95 a inadimplência estava alta e as vendas, baixas. "Agora temos bom desempenho nas vendas. Existem mais pessoas comprando a longo prazo."
Ainda segundo Solimeo, as principais causas da inadimplência no período foram os aumentos no volume e nos prazos no crediário e do desemprego (veja texto abaixo).
"Esse aumento do volume é decorrente, em grande parte, do incremento das vendas no comércio no final do ano passado."
Um dos dados positivos destacados pela ACSP é o aumento das prestações quitadas, ou seja, do número de inadimplentes que pagaram suas dívidas.
Esse número cresceu 27,8% em relação a fevereiro deste ano e 68,6% em relação a março de 96.
"Isso ocorre porque atualmente é mais fácil renegociar as dívidas", afirma o presidente da ACSP, Elvio Aliprandi.
Os indicadores de vendas no comércio também tiveram alta no período. O número de consultas ao SCPC subiu 20,8% em março em relação a fevereiro e 42,9% em relação a março de 96.
No Telecheque, as altas foram de 21,2% em relação a fevereiro e de 17,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Solimeo afirma, porém, que esse desempenho melhor é esperado em março em relação a fevereiro. "O mês de março tem mais dias úteis e maior volume de vendas."
Falências
Para a ACSP, outro dado positivo do mês é a queda de 34,8% no número de falências requeridas em relação ao mesmo período do ano passado. As concordatas requeridas tiveram queda de 68,8% em relação a março de 96.
"Isso significa que o comércio também está conseguindo pagar ou renegociar suas dívidas", afirmou Elvio Aliprandi.
No mês de março, a ACSP registrou 948 pedidos de falência, contra 1.455 em março de 96. "O ideal é atingirmos as médias de 400 a 600 pedidos por mês, o que costumávamos registrar logo após a implantação do Plano Real."
Já as falências decretadas na capital paulista tiveram aumento de 15,3% em relação ao mês de março do ano passado.
"Esse aumento é consequência do grande número de requerimentos registrados nos meses anteriores", diz Solimeo.

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