São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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PM detém mais 6 PMs de Diadema

ROGERIO SCHLEGEL
MARCELO GODOY
CRISPIM ALVES

ROGERIO SCHLEGEL; MARCELO GODOY; CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Outros seis precisam se apresentar à Corregedoria porque são acusados de violência na favela Naval

A Corregedoria da Polícia Militar decretou a prisão administrativa de mais 12 PMs do 24º Batalhão -o mesmo dos dez policiais que aparecem em um vídeo de tortura e morte, gravado na favela Naval, em Diadema (Grande São Paulo), em março.
Eles foram levados à tarde à Corregedoria, onde ficaram detidos. A prisão administrativa dura quatro dias úteis, o que significa que devem ficar presos pelo menos até terça-feira.
São eles: o 3º sargento Marcelo Fernando da Silva e os soldados José Luiz Fré, José Apolinário da Silva, Rogério Lima do Nascimento, Ronaldo Tomoyuki de Oliveira Yano, Roberto Marin Pereira, Everaldo Ferreira de Farias, Alexandre Boer e Eduardo Borella.
O cabo Odair Leite Raimundo e os soldados Wagner Pereira Oliveira e Israel dos Santos tiveram a prisão administrativa decretada após serem identificados por moradores de Diadema.
Wagner Oliveira teria sido apontado como o "Mancha", policial acusado de praticar abusos e crimes na área. Ele foi detido ontem, assim como Leite.
O advogado Carlos Humberto de Lima, da Associação dos Cabos e Soldados da PM, disse que os policiais que não se apresentassem ontem passariam a ser procurados.
Lima disse ter conversado com Apolinário José da Silva, que afirmou não saber por que estava sendo detido. Tomoyuki disse à Folha que apenas fo chamado a se apresentar, sem motivo alegado.
Caso antigo
O comando da PM de Diadema já sabia do envolvimento dos nove policiais na suposta agressão ao padeiro. Em 17 de janeiro passado, o tenente Marco Antônio de Carvalho, que presidia o inquérito, concluiu que havia indícios de crime militar praticado pelos PMs.
Mesmo assim, ele concluiu que "a guarnição trabalhou de acordo com as normas" da PM. O tenente disse que quem motivou a situação foi "o civil Daniel" -chamado de rebelde no relatório, por ter se recusado a passar por revista.
Em 12 de março, relatório do tenente Aparecido Gomes Barros gerou reviravolta no caso, ao considerar que não havia indício de crime militar ou civil.
Daniel, parentes e amigos teriam sido agredidos porque o padeiro denunciara à Corregedoria suposta extorsão feita por policiais do 24º Batalhão.

LEIA MAIS nas págs. 2 a 5

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