São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Presos 10 policiais acusados de orgia com menores

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Presos 11 policiais acusados de orgia com menores
Dez policiais militares da 2ª Companhia do 26º Batalhão da Polícia Militar (Mairiporã, na Grande São Paulo) foram presos anteontem. Eles foram acusados de praticar orgias dentro das instalações do quartel.
Entre os presos estão dois sargentos, três cabos e cinco soldados. Eles foram encaminhados ontem para a Corregedoria da Polícia Militar, onde se submeteriam a reconhecimento por parte de três garotas (de 15, 16 e 19 anos), que teriam participado das orgias.
Segundo a Folha apurou, as meninas não eram garotas de programa e moravam em Mairiporã. A maior parte era menor de idade.
As festas noturnas aconteciam há cerca de três meses, quase todas as noites em que esses policiais estavam de plantão.
O caso foi descoberto quando moradores da cidade fizeram denúncias ao subcomandante do 26º Batalhão, capitão Ércio.
Segundo as denúncias, os carros de polícia da 2ª Companhia sempre circulavam com mulheres dentro. Ainda segundo os moradores, quase sempre as mulheres entravam na Companhia.
O capitão passou a investigar o caso até encontrar uma garota de 15 anos que contou toda a história.
A garota tinha em seu poder fotos que ela tirou durante essas festas. As fotos, que mostram diversas situações, como sexo oral ou um casal fazendo sexo dentro de carros da polícia, estão em poder do comandante do batalhão.
Em algumas fotos, os policiais aparecem fardados.
Banheira do Gugu
A Folha apurou ainda que durante as festas Rizzuto e Machado retiravam suas medalhas de honra ao mérito e as jogavam dentro de uma banheira cheia d'água.
Os PMs e as garotas entravam na banheira e simulavam um quadro apresentado no programa de Gugu Liberato, quando um homem tenta apanhar sabonetes e uma mulher tenta atrapalhar.
Além das orgias, dois sargentos Gavioli e Rizzuto chegaram a espancar uma das garotas, a de 15 anos. Gavioli teria espancado a garota porque ela não queria ter relações sexuais com ele.
Depois de agredi-la a teria forçado a fazer sexo.
Depois, quando o capitão Ércio começou a investigar o caso, Rizzuto teria espancado a mesma garota. Ele a teria ameaçado de morte caso a menina entregasse os policiais.
Carlos Humberto Barrence Lima, advogado da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e defensor dos dez policiais, afirmou ontem que eles negam qualquer acusação. "Ele dizem que isso não é verdade."
Segundo Lima, foram as próprias garotas que teriam denunciado as orgias.
O advogado reconheceu que existem fotos, mas afirmou que em nenhuma delas aparece o rosto de alguém ou farda.
"As fotos foram feitas por uma das garotas. Não sei se elas são prostitutas."

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