São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997 |
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Mãe diz que Buzeto corre risco duplo
CLAUDIA VARELLA
"Ele corre risco dos dois lados", afirmou, em referência à revolta da população e dos próprios policiais pelo fato de ter sido Buzeto o autor do relatório que denunciou a ação violenta dos colegas ao então comandante do 24º Batalhão da PM de Diadema, tenente-coronel Pedro Pereira Matheus. Até as 17h40 de ontem, Buzeto continuava foragido. Alzira disse desconhecer o paradeiro do filho, que não vê desde a última segunda-feira. Ela diz esperar contato do filho com a família hoje. Por não ter um aparelho de televisão em casa, ela disse não ter assistido a entrevista de Buzeto anteontem à noite no Jornal Nacional, da Rede Globo. A família mora no Jardim Elba, bairro de baixa renda localizado na zona leste de São Paulo. O pai do cabo, Olívio Buzeto, 54, disse que o filho nunca havia trabalhado com a equipe de policiais militares acusados dos crimes. "Ele só trabalhou com aquela equipe naquela noite. Mudaram sua escala de plantão naquele dia", afirmou. Segundo o pai, Buzeto trabalhava em dias alternados. O cabo Buzeto é considerado "reservado" pela família, por não gostar de falar de sua função na polícia em casa. "Em casa, ele não é soldado. Meu filho preservava a família dele dos fatos que aconteciam no seu trabalho", afirmou Alzira. Família Há oito anos na PM, o cabo é casado com a atendente de saúde Adriana, 28. O casal tem dois filhos: Rafael, 5, e Amanda, 2. Se Buzeto não se apresentar até a próxima quinta-feira, ele será considerado um desertor. A deserção é um crime militar. O prazo para um militar ser considerado desertor é de oito dias corridos. Para a PM, ele está foragido desde a última quarta-feira. Texto Anterior: Governador adia viagem Próximo Texto: Um golpe surrealista contra a saúde Índice |
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